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IPO 2020: Priner faz ‘mini-oferta’; Vamos, da JSL, pede registro

Mais duas empresas vão estrear na B3 neste ano; a ex-Mills, que presta serviços para empresas de óleo, gás e mineração, vai testar um “mini-IPO’, com o qual quer levantar cerca de R$ 273 milhões; a locadora de caminhões e máquinas do grupo de logística requereu a autorização para realizar a oferta de ações; confira detalhes dos novos IPOs da Bolsa brasileira

Bárbara Leite

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Em 2019, B3 teve apenas cinco IPOs, mesmo número que neste início de 2020–Foto: Reprodução

Mais duas empresas vão realizar IPOs (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) e estrear suas ações na B3 (Bolsa de Valores brasileira) em 2020. São elas: a Priner, ex-Mills, que presta serviços industriais para empresas de óleo e gás e mineração, e a Vamos Locação, locadora de caminhões, máquinas e equipamentos do grupo JSL (JSLG3).

Sem muito divulgação, a oferta de ações da Priner já começou nesta quinta (30). A Vamos Locação entrou com o pedido de registro de seu IPO na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta sexta (31).

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Com isso, sobe a cinco o número de IPOs em 2020, mesmo número de todo 2019, quando a varejista de material esportivo Centauro (CNTO3), a distribuidora Neonergia (NEON3), a empresa de joias Vivara (VIVA3), a varejista de moda C&A (CEAB3) e o Banco BMG (BMGB11) tiveram suas ações listadas na bolsa brasileira pela primeira vez.

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Além das duas novas, já estão com reservas andando as construtoras Mitre Realty e Moura Dubeux e a empresa de hospedagem de sites e serviços de internet Locaweb.

A retomada do crescimento econômico brasileiro, em meio à queda da taxa de juros e ao aumento da confiança dos empresários e queda do desemprego, após a aprovação da reforma da Previdência e nova agenda de reformas, está animando as empresas a expandirem seus negócios e recorrendo ao mercado de capitais para se financiarem.

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Também o apetite do investidor local, provado em alguns dos IPOs de 2019, como o da Vivara, levam mais companhias a ir para a Bolsa captar dinheiro.

IPO da Priner

O IPO da Priner é o primeiro na linha de ofertas iniciais de pequeno porte, mas fora do segmento Bovespa Mais, idealizado para pequenas e médias empresas que desejam acessar o mercado de ações de forma gradual.

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Pelo tamanho da operação, longe da casa dos bilhões, a Priner definiu ter um único coordenador do IPO, a XP Investimentos.

O ‘mini-IPO’ é possível pelo maior interesse de investidores locais nas ofertas. Ele servirá de teste para o mercado ver se a tendência vai se viabilizar.

O prazo de reservas das ações vai até 12 de fevereiro. O valor mínimo para participar da primeira venda de ações da empresa é de R$ 3 mil. A companhia estabeleceu o intervalo indicativo de valor por ação entre R$ 10 e R$ 13.

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O preço será fixado em 13 de fevereiro. Os papéis começarão a ser negociados na bolsa em 17 de fevereiro, com o código “PRNR3”.

Serão ofertadas inicialmente 20.653.497 ações. A oferta primária será de 17.187.553 ações e a secundária, de 3.465.944. O acionista vendedor é o fundo de investimento Leblon Equities Partners. A oferta é primária, com o dinheiro indo para o caixa da empresa, e secundária, quando um acionista atual vende parte da sua fatia.

Com isso, a oferta pode movimentar cerca de R$ 273 milhões, caso também seja vendido um lote suplementar de 2.608.696 ações e o preço fixado fique no intervalo médio, que é de R$ 11,5.

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A Priner era uma divisão de negócios da Mills Estruturas e Serviços de Engenharia, que em 2013 foi vendida para um fundo de private equity da Leblon Equities e rebatizada

O presidente da companhia é o executivo Túlio Cintra, que já era diretor da Mills e assumiu a Priner desde a segregação dos negócios, e é um dos acionistas beneficiados na oferta secundária.

Do dinheiro que entrará no Caixa da empresa, considerado o preço médio de R$ 11,5, R$ 73 milhões serão para aquisição de máquinas e equipamentos, R$ 36 milhões para reforço do caixa e R$ 73 milhão para comprar os 25% restantes na Smartcoat Engenharia e Revestimento e os 49% restantes da R&R Indústria, Comércio e Instalação de Isolantes Removíveis e Reutilizáveis, além de outras aquisições.

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A Priner se identifica como uma das principais empresas de engenharia de manutenção industrial no Brasil, possuindo foco no acrônimo APIIL (acesso, pintura, isolamento, inspeção e limpeza industrial).

No acumulado dos primeiros nove meses de 2019, a empresa apresentou prejuízo líquido de R$ 5,4 milhões, enquanto as receitas somaram R$ 260,7 milhões.

Mais detalhes do IPO da Prinet: ‘Lock-up’ para três segmentos

A oferta terá “lock-up” (período durante o qual o investidor não pode vender suas ações) para o varejo comum (quem reserva entre R$ 3 mil e R$ 1 milhão) e varejo private (investidores não institucionais que reservas entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões). No varejo comum serão dois prazos de lock-up: 70 dias e 50 dias, período durante o qual o investidor deve deixar seus papéis bloqueados na central depositária gerida pela B3. No varejo private, o prazo é de 90 dias.

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Quem aderir à opção de “lock-up terá preferência na reserva de ações, em caso da demanda exceder a oferta.

IPO da Vamos Locação

Outro IPO engatilhado é o da Vamos Locação, da companhia de logística JSL. Ela pediu nesta sexta-feira registro de oferta pública primária e secundária de ações ordinárias da controlada, mas ainda não detalhou os volumes.

Em fevereiro do ano passado, a JSL chegou a protocolar o pedido de oferta pública inicial de ações da subsidiária, mas desistiu dois meses depois, de acordo com fontes de mercado, por falta de demanda para a operação.

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Segundo a minuta do prospecto preliminar, a empresa vai negociar sob o código de “VAMO3” e também terá “lock-up” na oferta. Para o varejo comum será de 45 dias o período; para o private, quem reservar mais de R$ 1 milhão, o prazo é de 60 dias.

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No documento, a empresa diz ser líder no setor de locação de caminhões, máquinas e equipamentos do Brasil, operando nesse segmento há mais de 20 anos por meio da nossa controladora JSL, contando com uma frota de 13.244 ativos locados em 31 de dezembro de 2019, representando um crescimento de 22% em relação aos 10.862 ativos de 2018, e 45% em relação a frota de 2017 (9.117 ativos).

A companhia tem uma rede nacional superior a 2.200 oficinas credenciadas para fazer a manutenção dos ativos alugados com serviço, sendo a gestão inteiramente sob a sua responsabilidade.

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Os coordenadores da oferta são: BTG Pactual, XP Investimentos, J.P. Morgan, Itaú BBA, BB Investimentos, Santander e Bradesco BBI.

O professor de finanças do Ibmec, Giácomo Diniz, recomenda que o investidor seja criterioso na escolha dos IPOs, e não invista nas ofertas sem uma análise detalhada.

*Com Valor

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