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Locaweb vai para a Bolsa em 6 de fevereiro: IPO tem ‘lock-up’ e pode levantar R$ 1,27 bilhão

Período de reserva das ações da empresa de hospedagem de sites começa na próxima terça (21); dinheiro da operação será usado para comprar empresas e reforçar capital de giro; fique por dentro da 2ª estreia programada para a B3 em 2020

Bárbara Leite

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Locaweb iniciou suas operações em 1998 e registrou lucro líquido de R$ 11,1 milhões nos primeiros 9 meses de 2019-Foto: Reprodução

A Locaweb publicou o prospecto de sua Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês, operação quando uma empresa quer ter ações na Bolsa), que revela que a empresa de hospedagem de sites tem sua entrada programada na B3 em 6 de de fevereiro. A faixa indicativa do preço da Locaweb está entre R$ 14,25 e 17,25 e o valor da ação será definido no dia 4 de fevereiro.

O período de reservas das ações começa na próxima terça-feira (21) e vai até 3 de fevereiro. As ações vão ser negociados sob o código “LWSA3”.

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Como em outros IPOs realizados em 2019, a Locaweb vai dar prioridade na reserva a quem aderir à cláusula de “lock-up”, que impede que os investidores vendam suas ações durante um período determinado.

No caso do varejo tradicional, que inclui os pequenos investidores com ofertas de R$ 3 mil a R$ 1 milhão, o “lock-up” será de 45 dias ou até dia 20 de março de 2020; no varejo do chamado segmento private, com ofertas de R$ 1 milhão a R$ 10 milhões, o período obrigatório do “lock-up” é de 60 dias ou até dia 5 de abril.

Com a cláusula de “lock-up”, a empresa quer evitar especulação, a chamada “flipagem”, venda das ações no primeiro dia ou primeiros dias de negociação.

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Muitos investidores apenas participam de IPOs para vender os papéis no primeiro ou primeiros dias da negociação.

Oferta

Na oferta, serão ofertados 33.333.333 de papéis na oferta primária (emissão de novas ações) e 26.602.407 ações na oferta secundária (papéis que hoje pertencem ao fundo Silver Lake e a acionistas individuais da família controladora).

O montante poderá ser acrescido em até 11.987.148 ações, além de um lote suplementar de 8.990.361 papéis, conforme o prospecto.

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Com isso, a captação pode chegar a mais de R$ 1,274 bilhão, caso o preço fixado fique no preço médio da faixa, de R$ 15,75.

Para a empresa entrariam R$ 524,9 milhões; o restante será encaixado pelos atuais acionistas, como o presidente da Locaweb, Fernando Cirne, e integrantes da família Gora, fundadora do negócio.

Destino dos recursos

Com os recursos obtidos na operação, a Locaweb pretende financiar a compra de empresas “consideradas estratégicas”, usando 75,2% do dinheiro obtido no IPO, e reforçar o capital de giro, que contemplaria os restantes 24,8%.

Com o pagamento das comissões e despesas, o dinheiro que vai efetivamente entrar no caixa da empresa são R$ 489,471 mil, caso o preço do IPO fique no valor médio da faixa indicativa.

Entre as potenciais aquisições, a Locaweb fala que existem 1.200 empresas que operam no mercado que podem ser estudadas.

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Em relação ao capital de giro, o valor será destinado para quitar e renegociar dívidas, bem como impulsionar o caixa da companhia:

  • aproximadamente 38,5% ou R$ 46,616 mil serão destinados para amortização de eventuais empréstimos e financiamentos em aberto e/ou renegociação de melhores taxas e condições para as dívidas da Companhia;
  • e aproximadamente 61,5% ou R$ 75,586 mil serão destinados para aportar capital de giro em operações de pagamento da companhia.

Os coordenadores da oferta são Itaú BBA, Goldman Sachs, Morgan Stanley e XP Investimentos.

Dados financeiros

A Locaweb, que iniciou suas operações em 1998, registrou lucro de R$ 11,1 milhões nos primeiros nove meses de 2019, o que representa um crescimento de 131% frente ao apurado no mesmo período de 2018.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), no mesmo intervalo, foi de R$ 80,7 milhões, crescimento de 43,1% na mesma comparação. A receita operacional líquida somou, de janeiro a setembro do ano passado, R$ 280,5 milhões, uma expansão de 21,3% sobre o mesmo período de 2018.

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No prospecto, a empresa diz que, a partir de 2012, realizou seis aquisições.

“Nosso modelo de negócios é quase todo baseado em assinaturas com renovação automática que podem ser realizadas em periodicidade mensal, trimestral, anual ou trienal”, segundo informa a empresa no documento.

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O “churn” (taxa de cancelamento) mensal das operações de hospedagem de sites (Hosting) oferecidas pela Locaweb e KingHost, segundo medições internas, “é de apenas 1,2%, o menor dentre as empresas que atuam no mercado brasileiro (média entre abril, maio e junho de 2019)”.

Retomada de IPO’s

O IPO da Locaweb é o segundo programado para a B3 em 2020. A construtora e incorporadora Mitre Realty também vai para a Bolsa brasileira no mês que vem.

No ano passado foram realizados apenas cinco IPO’s: o da varejista de material esportivo Centauro (CNTO3), o da empresa distribuidora Neonergia (NEON3), e os da empresa de joias Vivara (VIVA3), da varejista de moda C&A (CEAB3) e do Banco BMG (BMGB11).

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Para 2020, outras 13 empresas estão na fila para ter suas ações na Bolsa brasileira.

O professor de finanças do Ibmec, Giácomo Diniz, alerta que o investidor deve ter cuidado e não participar de IPOs sem uma boa avaliação.

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