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Prévia da inflação freia com alívio da carne mas tem maior alta para janeiro em 4 anos

O IPCA-15 subiu 0,71%, em linha com o esperado pelos analistas, com menor pressão das carnes, mas alimentação ainda é a grande vilã do bolso em janeiro, segundo informou o IBGE nesta quinta (23); gasolina também pesou, enquanto energia elétrica e passagens aéreas ficaram mais baratas, na média, no mês; o instituto informou que o próximo dado já vai refletir a nova cesta de produtos e serviços avaliados; preços do transporte por aplicativo e streaming vão passar a ser incluídos no índice

Bárbara Leite

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Preço das carnes subiram 4,83% e tiveram o maior impacto no IPCA-15 de janeiro - Foto: Eduardo Peret/Agência IBGE Notícias

Com a desaceleração do preço da carne, o IPCA-15, a chamada prévia da inflação oficial, fechou janeiro com alta de 0,71%, um recuo frente aos 1,05% em dezembro, mas ainda assim foi a maior variação para um mês de janeiro desde 2016, quando subiu 0,92%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (23).

O número veio em linha com o esperado pelo mercado, que era de alta de 0,70%. Em 12 meses, o indicador acumula avanço de 4,34%, acima dos 3,91% registrados nos 12 meses anteriores. Em janeiro de 2019, a taxa foi de 0,30%.

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O preço da carne passou de uma alta de 17,71% em dezembro, com o aumento das exportações para a China que reduziram a oferta do produto no Brasil, para um aumento de 4,83% em janeiro. Apesar do arrefecimento, o item foi responsável pela maior contribuição individual no índice de janeiro, diz o IBGE.

Os preços das frutas (3,98%) e do frango inteiro (4,96%), porém, aceleraram na comparação com dezembro. Já a cebola caiu 5,43%.

Alimentação e gasolina pressionam bolso…

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em janeiro. A grande vilã, com variação de 1,83% e o maior impacto entre os grupos, foi a alimentação e bebidas.

Em seguida, o grupo transportes (0,92%), impactado pela gasolina, que continuou subindo em janeiro (2,64%) e contribuiu com o segundo maior impacto individual no índice. Todas as regiões pesquisadas registraram alta no combustível.

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Ainda no grupo transportes, o resultado dos ônibus urbanos (0,30%) foi consequência dos reajustes das passagens em Brasília e São Paulo. O mesmo ocorreu com os táxis (0,28%), devido ao aumento médio de 2,20% nas tarifas no Rio de Janeiro, e nas passagens dos ônibus interestaduais (2,91%), em Salvador.

… e passagens aéreas e energia elétrica aliviam

Por outro lado, as passagens áreas caíram 6,45% em janeiro, após alta de 15,63% registrada no IPCA-15 de dezembro.

A maior deflação foi registrada no grupo habitação (-0,14%), influenciado pela energia elétrica (-2,11%), que apresentou o maior impacto individual negativo no indicador.

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A queda nas contas de luz decorre da manutenção da bandeira tarifária amarela em janeiro, que adiciona nas faturas R$ 1,34 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Também em habitação, o gás encanado e o botijão de gás variaram 0,49% e 0,21%, respectivamente.

Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,01% em artigos de residência e a alta de 0,47% em despesas pessoais.

Todas as regiões têm alta de inflação

Em janeiro, todas as regiões pesquisadas apresentaram alta na inflação. O maior resultado foi visto em Belém (1,13%), influenciado pelo frango.

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Já o menor índice foi registrado em Brasília (0,29%), por conta da queda nos preços das passagens aéreas.

Nova cesta do IPCA

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 12 de dezembro a 14 de janeiro. O resultado divulgado divulgado nesta quinta (23) foi o último feito a partir da cesta de produtos e serviços que compõem a inflação em vigor desde 2012. Com os resultados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada entre 2017 e 2018, os componentes do índice foram alterados para acompanhar as mudanças nos hábitos de consumo da população.

Em fevereiro, a inflação oficial começa a ser divulgada pelo IBGE com base na nova cesta de produtos e serviços, que inclui 56 novos elementos, como transportes por aplicativo e serviços de streaming, passando por tratamento e higiene de animais domésticos, até produtos de consumo rápido, como macarrão instantâneo

Outros exemplos que passarão a fazer parte do cálculo são serviços relacionados à vida saudável e estética, como sobrancelha, cabeleireiro e barbeiro, depilação e atividade física.

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