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Com alívio da carne, inflação do aluguel desacelera mais que o esperado em janeiro

Segundo a FGV, o IGP-M subiu 0,48%, bem menos que os 2,09% de dezembro e abaixo dos 0,54% previstos pelos analistas; maior contribuição veio do freio no custo dos bovinos, que, no atacado, já apresentam queda neste mês; com estabilidade nos preços, juro básico pode cair mais na próxima quarta (5)

Bárbara Leite

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Depois de disparar 18% em dezembro, carne sobe bem menos neste mês: 1,95%- Foto: Reprodução

Com forte desaceleração do preço das carnes, o IGP-M, a chamada inflação do aluguel, de janeiro, subiu 0,48%, bem abaixo dos 2,09% registrados em dezembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (30).

Com o resultado, o índice acumula alta de 7,81% em 12 meses. Esta variação é a que importa para quem mora ou vive de aluguel de imóveis.

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O índice calculado para reajustar a maioria dos contratos de locação do país é o IGP-M acumulado em 12 meses. Ou seja, o índice divulgado nesta quinta será usado para um contrato que faz aniversário em fevereiro.

O número veio melhor do que o esperado, que era de avanço de 0,54%, segundo analistas ouvidos pelo Broadcast. Isso dará mais suporte a um novo corte na taxa básica de juros, a Selic (leia abaixo).

Carnes sobem ‘só’ 1,95%; feijão fica mais barato

A desaceleração no avanço dos preços da alimentação, que, no geral, saiu de alta de 2,36% para 1,22%, foi o principal motivo para o arrefecimento dos preços, e foi marcada pela queda acentuada na taxa de variação das carnes bovinas, que subiram 1,95% em janeiro depois de dispararem 18,03% no mês anterior.

No atacado, o custo dos bovinos, que havia variado 14,57% em dezembro, tombou 5,83% em janeiro. As carnes de boi, após alta de 20,37% no último mês, agora já recuaram 3,15%.

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Também trouxe alívio ao bolso a queda de 8,95% no preço do feijão, após alta de 26,13% em dezembro.

Nos preços ao consumidor, passagens aéreas, que recuaram 8,50%, e táxi, que ficou 2,51% mais em conta, também contribuíram para travar a disparada da inflação.

Juro básico pode cair mais

O fato do IGP- M ter vindo mais baixo do que o previsto pelos analistas pode levar a uma nova redução na Selic.


Inflação estabilizada dá mais argumentos ao Comitê de Política Monetária (Copom) para cortar os juros na próxima quarta-feira (5), dos atuais 4,50%, para 4,25% ao ano.

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A autoridade monetária chegou a sinalizar uma pausa nos cortes, mas a esperada retomada da economia brasileira pode agora ser afetada pelo coronavírus, que vai impactar na China, principal parceiro comercial do Brasil.

O Copom reduz o juro para baratear o crédito e assim estimular consumo e investimentos e, com isso, puxar o crescimento da economia mas sempre de olho no impacto na inflação para a autoridade não falhar a meta.

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Assim inflação controlada abre caminho juros menores.

Também ajuda a elevar as apostas de uma nova redução na taxa básica de juros, a Selic, o tom mais “dovish” (viés de baixa das taxas) do presidente do Fed (banco Central dos EUA), Jerome Powell, nesta quarta (29), de que não está satisfeito com a inflação abaixo de 2%.

Para Roberto Prado, economista do Itaú Unibanco, a fala de Powell pode beneficiar o real, tirando pressão sobre o dólar, e dar mais tranquilidade para o Copom cortar a Selic.

  

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