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Coronavírus: Bolsas da China reabrem com queda de 9%; futuros dos EUA sobem

Na volta do feriado lunar de 10 dias, em meio aos temores do impacto do surto no crescimento da economia chinesa e mundial, os índices de Xangai e de Shenzhen registram forte queda nos primeiros negócios do dia, em que o BC local anunciou uma injeção de US$ 174 bilhões para tentar amenizar o mau humor; nas bolsas chinesas, 85% são investidores locais

Bárbara Leite

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Bolsas da China voltam às negociações; no último pregão, em 23 de janeiro, o índice de Xangai perdeu 2,8%–Foto: Reprodução

As bolsas chinesas reabriram com forte queda nesta segunda-feira (3), 22h30 deste domingo no Brasil, após um prolongado feriado lunar de 10 dias, que incluiu uma ampliação do recesso por conta do coronavírus, com queda de cerca de 9%. O índice da Bolsa de Xangai recuou 8,7% na abertura, mas, pelas 23h50, já tombava um pouco menos, 8,12%. O mesmo aconteceu com o indicador da Bolsa de Shenzhen, que recuou 9,1% nos primeiros negócios, mas, no mesmo horário, caía 8,12%.

No último pregão de negociação antes do feriado de Ano-Novo Lunar, em 23 de janeiro, o índice de referência de Xangai fechou em queda de 2,8%.

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O estresse no mercado acionário chinês já era esperado neste primeiro pregão na volta do feriado em meio à piora do coronavírus e receios do impacto no crescimento da China no primeiro trimestre e suas consequências para a desaceleração global.

As bolsas chinesas são dominadas por pequenos investidores na ordem de 85%, segundo a CNBC. Isso significa que os mercados chineses são mais emocionais e “difíceis” de controlar.

Um bom exemplo disso é o “crash” da bolsa de Xangai em 2015-16, quando a maior bolsa de valores da China perdeu 32% de seu valor em 18 dias úteis, apesar das autoridades injetarem 1,5 trilhão de yuans (US$217 bilhões) para sustentá-lo, segundo a CNN.

Na semana passada, o Kospi, índice da Bolsa da Coreia do Sul, que ficou aberto por quatro dias úteis, perdeu 5,7%. O Hang Seng de Hong Kong, que ficou aberto por três, teve desvalorização de 5,9%.

Na sexta-feira (31), o índice da Bolsa de Nova York, o Dow Jones, caiu mais de 600 pontos, ou 2,1%, em sua maior queda desde agosto.

Nesta segunda (3), porém, os futuros do Dow registravam alta, de 0,50%; o S&P avançava 0,52%, pelas 23h50.

Restrições de viagens e recesso na atividade até domingo

As autoridades chinesas implementaram amplas restrições de viagens para controlar o surto, o que deve afetar a atividade econômica.

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Nesta segunda-feira (3), os negócios estão fechados em mais da metade da China – 21 províncias que representaram mais de 80% do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país) nacional no ano passado–em um esforço para conter o vírus.

O governo de Xangai foi um dos que aconselhou as empresas a não retomarem as atividades até pelo menos o próximo domingo, 9 de fevereiro.

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Muitas companhias internacionais fecharam suas operações na China, incluindo a Toyota, a Starbucks e a Foxconn, fornecedor do iPhone da Apple. A própria Apple também fechou as operações chinesas fechando lojas e escritórios no país. Companhias aéreas com sede em todo o mundo estão suspendendo voos para o continente.

US$ 174 bilhões para ‘acalmar’ mercado

Para conter o “sangramento” das bolsas, o Banco Popular da China (banco central chinês) anunciou neste domingo (2) que vai colocar 1,2 trilhão de yuans (US$ 174 bilhões) no mercado nesta segunda (3), para garantir liquidez no regresso das negociações, mas a ação não suficiente para travar uma correção nas ações e no yuan (moeda chinesa) pelo menos no início das negociações.

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Também foi informado que as Bolsas chinesas não terão negociações após fechamento do mercado, o chamado “after-market”, por tempo indeterminado.

De acordo com o 21st Century Business Herald, o regulador de valores mobiliários da China, o CSRC, notificou as corretoras para suspenderem as vendas a descoberto de ações a partir desta segunda (3).

O BC chinês também pediu que os bancos aumentem o volume de crédito concedido e que vai liberar 300 bilhões de yuans (US$ 42 bilhões) em recursos para ajudá-los a emprestar mais para uma lista de empresas afetadas. As instituições foram orientadas a não tirar empréstimos de empresas afetadas pelo vírus, especialmente as menores.

Mortes chegam a 361 na China; infectados passam de 17,2 mil

O surto de coronavírus chinês continua sua propagação mortal. A nova doença, provisoriamente conhecida como 2019-nCov, infectou 17.205 e já matou 361 pessoas na China e uma nas Filipinas, de acordo com os últimos dados, divulgados neste domingo à noite (segunda na China), com casos surgindo em 27 países. Dos casos descobertos, 408 foram curados.

*Com CNBC e CNN

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