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Com vagas no comércio, desemprego cai para menor nível em 3 anos; trabalho por conta própria é recorde

Os dados da Pnad Contínua do trimestre encerrado em novembro, divulgados pelo IBGE nesta sexta (27), mostram que a taxa de desocupação caiu para 11,2%, com a geração de postos temporários para o varejo; a informalidade caiu mas o emprego por conta própria segue em níveis máximos da história; o subemprego voltou a recuar

Bárbara Leite

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Geração de postos de trabalho com carteira assinada foi a maior desde 2014, segundo o IBGE-Foto: Agência Brasil

Com as vagas temporárias abertas no comércio para fazer frente às datas comemorativas de final de ano, o desemprego no Brasil caiu para 11,2% no trimestre encerrado em novembro, o menor nível desde 2016. Mesmo assim, mais de 11,9 milhões de pessoas ainda buscavam trabalho no país. Os dados são parte da Pnad Contínua de novembro, divulgada nesta sexta-feira (27), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O dado, que veio melhor do que o estimado pelos analistas ouvidos pelo Valor Data (11,4%), é o mais baixo desde o trimestre encerrado em maio de 2016 (quando também bateu 11,2%).

Segundo o IBGE, a taxa de desocupação caiu 0,6 ponto percentual no trimestre de junho a agosto, que ficou em 11,8%, e recuou 0,4 ponto percentual em relação ao mesmo trimestre de 2018, de 11,6%.

Leia também: Desemprego cai a 11,6%, com informalidade recorde; 1 milhão saem do subemprego

Em relação ao trimestre anterior, foram cerca de 785 mil pessoas ocupadas a mais no mercado de trabalho. No setor do comércio, a ocupação cresceu 1,8%, o que corresponde a 338 mil postos de trabalho gerados. Em segundo lugar ficou o setor de alojamento e alimentação, com mais 204 mil ocupados, seguido por construção, com 180 mil vagas.

Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o resultado confirma a sazonalidade esperada para essa época do ano e que foi retomada desde 2017.

“Ficamos dois anos, em 2015 e 2016, sem ter a sazonalidade já que não havia geração de postos suficiente para atender à demanda por trabalho. Agora, o comércio mostra movimento positivo no trimestre fechado em novembro, o que achamos que está relacionado às datas comemorativas como Black Friday e a antecipação de compras de final de ano”, explicou.

Geração de empregos com carteira é a maior desde 2014

A queda na taxa de desemprego foi acompanhada por aumento de 1,1% na geração de empregos com carteira de trabalho, o maior crescimento desde o trimestre encerrado em maio de 2014.

Foram 378 mil pessoas a mais com carteira, totalizando 33,4 milhões de trabalhadores nessa categoria. No confronto com o trimestre de setembro a novembro de 2018, houve expansão de 1,6% (acréscimo de 516 mil pessoas).

Com crescimento de 0,8%, a população ocupada chegou ao recorde de 94,4 milhões de pessoas.

Trabalho por conta própria bate recorde

A melhoria no trabalho com carteira, no entanto, tem sido acompanhada pelo crescimento nos indicadores de informalidade. No trimestre, houve crescimento de 1,2% dos trabalhadores por conta própria, ou seja, mais 303 mil pessoas se juntando ao contingente de 24,6 milhões de pessoas nessa posição, um novo recorde da série histórica, iniciada em 2012. Com isso, a população ocupada informal atingiu 38,8 milhões de pessoas.

“Esse movimento da carteira é positivo, mas não é suficiente para uma mudança na estrutura do mercado de trabalho. A despeito dessa reação, durante todo o ano houve crescimento nas categorias relacionadas à informalidade, como conta própria e empregado sem carteira”, concluiu Adriana Beringuy.

O número de trabalhadores por conta própria bateu novo recorde na série histórica ao chegar a 24,6 milhões de pessoas, em alta nas duas comparações.

No geral, porém, a taxa de informalidade caiu a 41,1% no trimestre entre setembro e novembro, contra 41,4% nos três meses até agosto.

Mais 1,179 milhão de pessoas saem do subemprego

Segundo o IBGE, os números também estão melhores para o subemprego, que integra as pessoas que trabalham menos que o seu potencial e os que desistiram de procurar vaga, além do estoque de desempregados. Os números revelam que um maior número de pessoas trabalhando mais horas.

A força de trabalho subutilizada caiu de 24,3% para 23,3%, e a população subutilizada somou 26,6 milhões de pessoas, uma queda de 4,2% na mesma comparação. No total, 1,179 milhão de pessoas saíram do subemprego frente ao trimestre anterior e -1,1% (menos 304 mil pessoas) ante o mesmo trimestre de 2018.

A população desalentada (que desistiu de procurar trabalho) ficou em 4,7 milhões, estatisticamente estável, e equivalente a 4,2% do total da população na força de trabalho ou desalentada.


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