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Melhor investimento da década, ouro deve continuar a brilhar em 2020

Metal precioso acumula alta de 217,9% nos últimos dez anos e de 22,8% em 2019, e os analistas preveem tendência positiva para o ano que vem: veja os motivos e como investir na ‘commodity’

Bárbara Leite

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Ouro é um ativo considerado refúgio em tempos de instabilidade e de taxas de juros baixas-Foto: Reprodução

Melhor investimento da década, o ouro deve continuar a brilhar em 2020, segundo estimam analistas. O metal precioso acumula alta de 217,9% nos últimos dez anos e de 22,8% só em 2019. Na última sexta (27), cada onça-troy do ouro (unidade de medida que é negociada em Bolsa e representa 31,1035 gramas) valia R$ 6.112,69 na B3 (Bolsa brasileira); em 31 de dezembro de 2018, ela estava cotada em R$ 4.978,22 e, em 31 de dezembro de 2009, em R$ 1.922,77.

Os preços do ouro costumam subir em momentos de incerteza, de queda das Bolsas e em meio à queda das taxas de juros.

“O ouro deverá permanecer sustentado pelo ambiente de taxas de juro extremamente baixas”, refere o Credit Suisse. “A escala do ouro foi suportada pela incerteza econômica, crescentes tensões geopolíticas e uma queda rápida nas expectativas para as taxas de juros reais nos EUA”, explica a Amundi Asset Manegement. Para a gestora, estes três fatores vão voltar a sustentar os preços do ouro em 2020.

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Com a desvalorização das moedas, o ouro passa a valer mais porque o dinheiro está sujeito a atuação do mercado e dos governos, o ouro não.

Alguns países da Europa como Alemanha estão com a taxa de juros negativa, ou seja, os investidores estão recebendo menos do que foi aplicado. Nos EUA, a taxa para títulos de 30 anos ficou abaixo de 2% pela primeira vez. A China desvalorizou o yuan.

“O ouro definitivamente não está parecendo um lugar ruim para armazenar algum valor ou fazer um seguro”, disse Altaf Kassam, chefe de estratégia de investimentos da State Street Global Advisors na Europa, Oriente Médio e África.

Em relatório a clientes, a equipe do Bespoke Investment Group observa que “mesmo com a fraqueza nos últimos meses, 2019 marcou o melhor ano para o ouro desde 2010, que entra no novo ano com uma imagem positiva renovada do ponto de vista técnico”. 

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Na avaliação do Goldman Sachs, incertezas políticas e temores a respeito da saúde da economia americana podem levar o ouro a subir nos EUA dos atuais cerca de US$ 1.500 para US$ 1.600 já no primeiro trimestre de 2020.

Para especialistas, por não sofrer com a liquidez, a commodity (matéria-prima), que tem cotação internacional e é aceita em qualquer lugar, parece ser uma boa opção para quem não quer arriscar.

No primeiro semestre de 2019, em meio ao receios de uma recessão global, com a escalada da guerra comercial entre EUA e China, vários bancos centrais do mundo “correram” para comprar o metal e se protegerem para honrar seus compromissos.

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Mas o metal continuou em alta mesmo após a diminuição das tensões comerciais entre as duas potências e a disparada do mercado de ações no Brasil e nos EUA, que vem renovando recordes históricos em 2019.

Como investir em ouro?

Você pode fazer investimento em ouro negociando contratos na B3 (antiga BM&FBovespa). Para isso, você precisa abrir uma conta em uma corretora.

O lote padrão de ouro, na B3, equivale a uma barra de 250 gramas (g) de ouro. O preço de um grama do ouro estava em R$ 196,53 na última sexta (27), ou seja, uma barra de ouro de 250g custava R$ 49.132. Mas é possível comprar lotes fracionados também de 10g (R$ 1.965) até 0,225g (R$ 44) de ouro.

Entretanto, há menor liquidez (com poucos compradores e vendedores) nesses contratos fracionados, o que pode dificultar a negociação.

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Assim com as ações e o dólar, entre outros, a cotação do ouro varia diariamente. Ela é definida pela oferta e demanda e geralmente tende a subir em tempos de baixas nas Bolsas e, principalmente, nas crises.

No Brasil, a cotação do metal varia conforme o preço do ouro no mercado internacional e da cotação do dólar.  Para guardar o metal, a B3 cobra uma taxa de custódia.

Também é possível comprar ouro de forma física. Seja na B3 ou diretamente com instituições financeiras (bancos).

Outra opção são os fundos de investimento que investem em ouro.

Quem aplica em ouro está sujeito a 15% de alíquota do Imposto de Renda (IR) sobre o ganho de capital de cada operação, mas apenas se o lucro ultrapassar R$ 20 mil a cada mês.

*Com agências

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