O mercado lá fora está recuperando nesta sexta (24) das perdas dos dias anteriores, que haviam sido impactadas pelos receios de contágio do coronavírus da China, que já matou 26 pessoas e atingiu outras 830, e seu impacto no crescimento econômico global. Na Europa, o dia é de forte alta, com o índice Stoxx 600 batendo novo recorde pela manhã. Com a China fechada, a referência na Ásia foi a Bolsa japonesa, que também fechou positiva (alta de 0,13%).
A Bolsa chinesa ficará encerrada por uma semana devido ao feriado de Ano-Nono Lunar.
O mercado europeu ajusta suas posições mais aliviado, após quatro dias de perdas consecutivos devido ao temor com o vírus, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) dizendo que o surto na China preocupa, mas não pode ser chamado de emergência global. A situação não está ainda controlada e o número de infetados continua aumentando, mas os esforços das autoridades chinesas para conter o vírus isolando 40 milhões de chineses e 10 cidades, estão sendo bem recebidos pelo mercado.
Pelas 7h, na Europa, o índice da Alemanha subia 1,27%, da Espanha (0,89%), da França (1,26%), da Holanda (1,57%) e do Reino Unido (1,54%).
O Stoxx 600, índice de referência do mercado acionário, negociava em alta de 1,20% para 425 pontos, um novo recorde histórico.
Atividade econômica europeia tem melhora
Também anima as Bolsas europeias a divulgação dos Índices de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), da IHS Markit, mostrando que a atividade econômica está melhor no início do ano.
O PMI industrial na Europa, chegou aos 47,8 pontos, uma alta frente os 46,3 pontos de dezembro e das expectativas de 46,8 pontos. Dados abaixo de 50 pontos ainda indicam desaceleração, mas o avanço em janeiro sinaliza que o segmento está se recuperando.
No Reino Unido, os dados de janeiro bateram a previsão, com o PMI geral alcançado os 52,4 pontos contra uma expectativa de 50,6, com a indústria e os serviços excedendo as expectativas.
Na Alemanha, o setor privado do país ganhou impulso em janeiro e que houve uma retração na manufatura. O PMI geral ficou nos 51,1 pontos, contra 50,8 pontos esperados.
Futuros dos índices dos EUA sobem
O ânimo geral levava os futuros dos índices das Bolsas americanas estarem negociando em alta. O futuro do Dow Jones subia 0,23% e do S&P 500, 0,24%.
Campos Neto e Caged no radar
O otimismo pode continuar nesta sexta no mercado financeiro brasileiro. Nesta quinta, puxado pelos bancos, o Ibovespa, referência da B3 (Bolsa de Valores brasileira), bateu um novo recorde histórico, nos 119.527 pontos, com alta de 0,96%, depois de ter chegado a perder 1,25% pela manhã. O dólar voltou a cair e está em R$ 4,167, animado pelas captações externas do Bradesco e da Eletrobras, que pode trazer mais capital ao país.
No radar do mercado está a fala do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que cumpre agenda em São Paulo às 9h30, em palestra promovida pela XP Investimentos.
Na véspera, em entrevista Valor, Campos Neto mostrando-se tranquilo com o comportamento da inflação, mitigou o movimento de alta dos juros futuros e reforçou apostas de corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic em 5 de fevereiro, para 4,25% ao ano.
Inflação mais alta que o esperado em 2019 não influenciou tendência dos preços, disse o presidente do BC. Apesar de alta, os núcleos da inflação ficaram estáveis e o aumento do preço das carnes está diminuindo, acrescentou.
Também na agenda, está a divulgação, às 10h, dos dados do emprego com carteira de dezembro medidos pelo Caged.
O Brasil deve ter perdido 324 mil vagas formais de emprego em dezembro, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, após criar 99.232 vagas na medição anterior e fechar dezembro de 2018 com -334,462. Os dados de dezembro costuma ser negativos já que é o mês em que trabalhadores contratados para o fim do ano são dispensados.
Bolsonaro chega à Índia
O presidente Jair Bolsonaro chega nesta sexta à Índia para sua primeira visita oficial ao país, onde vai tentar, entre outras coisas, vender o etanol brasileiro. Estão previstas as assinaturas de 12 acordos nas áreas de bicombustíveis, ciência e tecnologia.
*Com Bloomberg