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Construtora Mitre entra com pedido de IPO

Incorporadora paulistana, especializada em imóveis de média e alta renda, diz ter um dos maiores ROE do setor; em 2019, B3 teve apenas 5 estreias de novas empresas

Bárbara Leite

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Paulistana Mitre registrou receitas de R$ 190 milhões nos primeiros nove meses do ano–Foto: Reprodução

A construtora e incorporadora paulistana Mitre, especializada em imóveis de média e alta renda, pediu registro para realizar uma Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês), quando uma empresa quer ter ações na Bolsa, conforme documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A operação, que inclui ofertas primária e secundária de ações, será coordenada por Itaú BBA, BTG Pactual e Bradesco BBI, segundo o documento.

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O dinheiro captado com a primária irá para a empresa. Na secundária, os acionistas vendedores são os empresários Fabrício Mitre e Jorge Mitre, da família controladora da empresa.

De acordo com o documento, os recursos a serem captados com a oferta primária serão usados para comprar terrenos e pagar custos de construção e demais despesas operacionais.

Maior ROE do setor

A empresa, que afirma ser detentora de um dos maiores níveis de rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) no setor, teve receita líquida de R$ 190 milhões nos primeiros nove meses de 2019, 66% maior do que na mesma etapa do ano passado.

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Na mesma comparação, o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) ajustado quase dobrou, para R$ 39,7 milhões. E a rentabilidade sobre o patrimônio subiu de 39,9% para 53,1%.

A empresa também relata que tem “uma das maiores velocidade de vendas e um dos mais altos giros de ativo dentre as companhias brasileiras listadas em Bolsa do setor imobiliário”.

Retomada de IPO’s

O anúncio marca a retomada nos planos de empresas na Bolsa brasileira.

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Neste ano, foram apenas cinco IPO’s: o da varejista de material esportivo Centauro (CNTO3), o da empresa distribuidora Neonergia (NEON3), e os da empresa de joias Vivara (VIVA3), da varejista de moda C&A  (CEAB3) e do Banco BMG (BMGB11), com valor total pequeno, R$ 10,2 bilhões, se comparado ao volume de IPO’s de 2007 de R$ 53,7 bilhões.

Em 2007, o setor da construção tinha um peso de cerca de 10% do Ibovespa, índice referência da Bolsa brasileira. Eram mais de 30 se fossem consideradas as incorporadoras, as empresas de shopping centers e as de propriedades, além das corretoras de imóveis, segundo Eduardo Guimarães, analista da Levante Investimentos.

*Com Reuters

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