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Veja o que Guedes falou em Davos

O ministro da Economia está na 50ª edição do Fórum Econômico Mundial, que reúne a elite financeira e política na Suíça, tendo participado de dois painéis e uma coletiva de imprensa nesta terça (21): confira os pontos mais importantes abordados pelo representante do Brasil no evento suíço

Bárbara Leite

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Ministro da Economia, Paulo Guedes, em Davos: 'O Brasil já cresceu como a China, mas se perdeu no caminho'-Foto: Reprodução

O ministro da Economia, Paulo Guedes, que está representando o Brasil no lugar do presidente Jair Bolsonaro na 50ª edição do Fórum Econômico Mundial, participou de dois painéis– “Moldando o futuro das manufaturas avançadas” e “Perspectiva estratégica: América Latina”– e de uma coletiva de imprensa nesta terça (21), no evento que reúne a elite financeira e política até sexta (24), em Davos, na Suíça.

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Entre outras coisas, o ministro disse que a economia brasileira está “removendo os arpões que travavam o crescimento” do país, citando o descontrole fiscal, que o país vai viver uma reindustrialização, com a redução de 40% no preço de energia, que vai se abrir à competição e que o caminho para o crescimento passa pelo investimento em educação infantil.

“O Brasil já cresceu como a China, mas se perdeu no caminho”, disse o ministro brasileiro no segundo painel do dia sobre as economias sul-americanas, que contou com a presença da ministra da Economia do México, Graciela Colín, e do presidente do Equador, Lenín Moreno.

Competição e monopólios

Para Guedes, um dos problemas do país é a falta de competição. A abertura, diz, é um caminho para aumentar empregos e reduzir a desigualdade no país.

“No Brasil, 200 milhões de pessoas precisam comprar casa e têm apenas seis empresas disponibilizando o serviço. Também quando querem serviços bancários têm apenas seis bancos. Um cartel aqui, um cartel ali. Eles estão explorando 200 milhões de brasileiros porque não gostamos de capitalismo, nós odiamos competição”, afirmou o ministro brasileiro.

Lei da Liberdade Econômica

Entre outros feitos de seu governo, Guedes destacou a Lei de Liberdade Econômica. “Promovemos a Lei da Liberdade Econômica. Nos EUA tudo é permitido, exceto o que é proibido. No Brasil, tudo é proibido, exceto o que é permitido”, afirmou.

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Segundo ele, “isso é um jeito da corrupção crescer. Quanto maior o grau de controle governamental sobre recursos, maior é a corrupção. O poder corrompe. É preciso descentralizar fontes de financiamento e políticas energéticas”, disse, citando o monopólio de refino de petróleo e do mercado de gás que foram quebrados.

Crescimento

Segundo o ministro, o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) brasileiro deve crescer 2,5% em 2020 – acima da previsão divulgada na última semana por sua pasta, que projeta 2,4% para a economia.  Segundo ele, isso acontece porque o governo Bolsonaro está  “removendo os arpões que travavam o crescimento” do país, citando o descontrole fiscal. Segundo ele, ao retirar esses ‘arpões’, o país pode crescer 4% em 2022, último ano da gestão Bolsonaro.

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De acordo com o ministro, o país alterou seu mix econômico para aumentar a participação do setor privado na economia.  “O mix sempre foi com o lado fiscal solto e o monetário preso e, agora, é com o lado fiscal preso e o monetário, solto”, afirmou.

Previdência

Para apertar o cinto dos gastos públicos, o ministro comemorou a aprovação reforma da Previdência. Segundo Guedes, é um sinal de maturidade do país que as pessoas tenham ido às ruas para aprovar as mudanças que, segundo ele, eram uma fábrica de privilégios.

“Atacamos o crescimento das despesas da Previdência, que cresciam exponencialmente”, afirmou.

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Lembrou que 40 milhões de brasileiros não contribuem para a Previdência porque não têm empregos e que a prioridade deve ser aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos gatilhos emergenciais, garantindo aos governos regionais e ao governo federal a possibilidade de congelar a folha de pagamentos dos seus funcionários. 

“Atacamos a Previdência, atacamos os pagamentos de juros na dívida pública e, agora, a folha de pagamentos”, afirmou.

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Não esqueceu de destacar as vantagens do modelo de capitalização da Previdência, lembrando que sistema previsto por ele na reforma da Previdência não avançou.

Estrangeiros em licitações públicas

Em conversa com jornalistas, o ministro da Economia afirmou que o Brasil deve assinar um acordo internacional que permite que empresas estrangeiras participem de licitações de obras públicas.

‘É o acordo pelo qual nós agora passamos a admitir empresas de fora também para todas as compras que a gente fizer, um tratamento isonômico. O Brasil está querendo entrar para primeira liga, primeira divisão de melhores práticas. E isso realmente é um ataque frontal à corrupção’, afirmou durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.

“Um tema importante na campanha do presidente Bolsonaro foi acabar com a corrupção. E nós sabemos que boa parte da corrupção foi permitida exatamente com coisas de governo: empreiteiras, obras governamentais, coisas desse tipo”, acrescentou.

O ministro não informou, porém, a data em que o Brasil irá aderir oficialmente ao acordo.

Reindustrializar o Brasil e investimento em educação infantil

Guedes também contou que o país reduzirá em 40% o preço da energia e isso vai “reindustrializar o país”.

A ser questionado sobre a nota que daria para o desenvolvimento industrial no Brasil, ele deu “3” e disse que o país tem um grande caminho pela frente.

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Depois disso, ele disse que o futuro da manufatura é a “mindfacture”, um trocadilho que combina a palavra mind (mente) com a palavra “manufatura” em inglês.

Em outra passagem da conversa, Guedes, afirmou é preciso investir em educação. “Quanto mais cedo, melhor. Vamos disponibilizar um grande montante para educação infantil”, destacou.

Ambiente e pobreza

No primeiro painel do dia, Guedes falou que o grande inimigo do ambiente é a pobreza.

“Pessoas destroem o ambiente porque precisam comer. Essas pessoas têm todas as preocupações. Que não são, por sua vez, as preocupações das pessoas que já destroem a floresta. É um problema complexo sem solução simples. Mas estamos tentando remover esses obstáculos”, disse.

Segundo o ministro, o Brasil foi deixado para trás e perdeu a grande onda da globalização, “para não dizer muito atrás”, disse.

*Com G1 e Exame

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