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IPO da XP: ação estreia com alta de 21,3% e Vitreo não é atendida

Papel do grupo de investimentos disparou a US$ 32,75 na abertura de sua listagem na Bolsa americana; investidor brasileiro não participou da oferta nem por meio da gestora de investimentos, que fez reservas de quase 2 milhões de ações

Bárbara Leite

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Benchimol, fundador da XP: "É muito legal que, de uma salinha em Porto Alegre, tenhamos conseguido lançar ações na Nasdaq"-Foto: Reprodução

As ações da XP Inc., dona da corretora XP Investimentos, entre outros ativos, estrearam na Bolsa americana Nasdaq, nesta quarta-feira (11), e abriram com alta de 21,3% frente ao preço que foi definido em seu IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês), de US$ 27, que já havia ficado acima do intervalo indicativo (de US$ 22 a US$ 25).

Os ativos são sendo negociados na Bolsa americana sob o código “XP”.

O preço do primeiro contrato de compra e venda da XP foi de US$ 32,75, alta de 21,3% em relação ao valor fixado no IPO, que foi de US$ 27.  A demanda pelos papéis superou em 14 vezes a oferta durante o IPO.

Na operação, o grupo de investimentos captou US$ 2,25 bilhões, o que a avalia em US$ 14,9 bilhões (R$ 61,7 bilhões), cerca de 20% do valor de mercado do Itaú Unibanco, dono de 49,9% da XP.

Com o valor da abertura, a sua avaliação sobe a US$ 18 bilhões (R$ 74,52 bilhões).

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A empresa vendeu 72,51 milhões de ações classe A. Destas, 42.553.192 fazem parte da oferta primária e o outro lote, de 29.957.449 ativos, da oferta secundária, vendidas por acionistas.

Os acionistas vendedores na oferta secundária são os sócios executivos da XP e os fundos de private equity General Atlantic e Dynamo.

A XP destacou no prospecto, divulgado na semana passada, ter 1,5 milhão de clientes, 5.900 agentes autônomos e R$ 350 bilhões sob custódia, de acordo com números do final do terceiro trimestre.

Fundos da Vitreo não são atendidos

O investidor brasileiro, devido às condições rígidas de IPO’s nos EUA, não foi contemplado na oferta, mas, quem tiver interesse em ser acionista da companhia, é possível adquirir ações na Nasdaq.

Para isso, é preciso abrir uma conta em uma corretora americana. A Avenue Securities, liderada pelo brasileiro Roberto Lee, que fundou a Clear, que atualmente faz parte das corretoras da XP, é uma das opções para o investidor brasileiro.

Segundo Roberto Lee, CEO (presidente executivo) da Avenue, qualquer um pode abrir uma conta e comprar ações nas Bolsas americanas. Não são exigidos valores mínimos.

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“É um home broker normal. Você escolhe a ação, compra, manda a ordem, tudo online”, disse Lee.

A remessa de dinheiro do Brasil para a conta americana é feita por meio do aplicativo. A Avenue tem parceria com o banco de câmbio Bexs.

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Outra opção é via fundos de investimentos. A Vitreo lançou dois fundos especiais para o IPO da XP e anunciou que não foi atendida.

“Não fomos atendidos na nossa demanda. Infelizmente, os bancos coordenadores, entre eles a XP Investimento, decidiram não atender nossa demanda”, diz, em nota.

Por um dos fundos, o Vitreo Exponencial FIA IE, voltado para investidores qualificados e que terá 100% do patrimônio investido em ações da XP, a gestora diz ter pedido 1.900.000 ações.

Além desse, a Vitreo lançou o Exponencial Light, voltado para o varejo e que investirá 20% de seu patrimônio no fundo Exponencial e o restante em renda fixa.

XP lança dois fundos que vão investir em suas ações

A XP, por sua vez, lançou nesta quarta dois fundos, que também investem nas suas ações.

O fundo Trend XP Inc FIC FIA IE vai destinar 100% do patrimônio para ações da XP. Por uma questão regulatória, ele será voltado apenas a investidores qualificados, isto é, com pelo menos R$ 1 milhão em aplicações financeiras.

O outro fundo – Trend XP Inc Balanceado FIC FIM – será voltado ao público geral e terá 20% investido nas ações da XP e os outros 80% em renda fixa, por meio do fundo Trend DI Simples FIRF.

Fundador da XP quer ser inspiração para mais jovens

O sócio-fundador da XP, Guilherme Benchimol, abriu o pregão da Nasdaq nesta sessão e, em discurso, afirmou esperar que outros jovens possam ser inspirados pela história da companhia: “só com novos empreendedores, que buscam fazer a coisa certa, sem atalhos, nós poderemos construir um país mais forte”.

Ele ainda lembrou a trajetória da empresa: “É muito legal que, de uma salinha em Porto Alegre, com R$ 10 mil, depois de ter sido demitido, tenhamos conseguido lançar ações na Nasdaq e ter a sensação clara de que isso é só o começo e que tem uma oportunidade enorme no Brasil”.

*Com Infomoney

 

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