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60% dos brasileiros acabam o mês sem dinheiro no bolso, diz SPC

Pesquisa mostra ainda que 61% reconhecem não aproveitar a vida por administrar mal os recursos e que o bem-estar financeiro no país ficou negativo em agosto

Bárbara Leite

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Um terço dos brasileiros, por estar no limite do orçamento, não conseguem viver plenamente, mostra pesquisa–Foto: Pixabay

A situação financeira dos brasileiros não está fácil: para 60% não sobra nenhum dinheiro no fim do mês e 68% reconhecem não ter capacidade de lidar com imprevistos. É o que mostra o Indicador de Bem-Estar Financeiro de agosto, calculado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), com apoio da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Segundo o levantamento, praticamente um terço (29%) consegue, às vezes, fazer uma reserva e apenas 10% guardam sempre ou frequentemente alguma quantia. Já 22% temem que o dinheiro não dure.

Viver no limite do orçamento impacta a qualidade de vida dos brasileiros. Um total de 61% reconhece não aproveitar a vida por administrar mal o dinheiro, enquanto 31% não conseguem viver plenamente em razão de sua condição financeira.

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Além disso, 43% afirmam que nunca ou raramente poderiam dar um presente– seja de casamento, aniversário ou em alguma outra ocasião especial–sem prejudicar as finanças do mês.

Somado a isso, para 63% a situação financeira acaba controlando a sua vida em algum grau e 19% tem deixado a desejar o cuidado com suas finanças.

A pesquisa também mostra que 57% não têm planejado ações que assegurem o futuro financeiro e que quase a metade (44%) dos consumidores acreditam, que, por causa da sua situação financeira, não terão as coisas que querem na vida.

Bem-estar financeiro do brasileiro é negativo

A falta de dinheiro e o impacto disso no dia a dia da população se refletem no Indicador de Bem-Estar Financeiro, que atingiu 48,9 pontos em agosto. Ainda que tenha ficado acima do registrado em julho–48 pontos– o índice está negativo, abaixo de 50 pontos. Ele varia em uma escala que varia de zero a 100, e quanto mais próximo de 100, maior o nível médio de bem-estar financeiro da população; quanto mais distante de 100, menor o nível.

“O avanço do indicador foi bem discreto, em linha com uma recuperação que segue muito lenta e com o desemprego que continua elevado e a renda pressionada. Mas não é só a conjuntura que influi. Há outros fatores ligados a aspectos comportamentais que pesam no bem-estar financeiro e levam algum tempo para mudar”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti e colunista do Economia Bárbara.

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Os números indicam o bem-estar financeiro é maior entre aquele que têm acima de 50 anos–50,1 pontos; no jovens, o índice alcançou 48,2 pontos e os de meia idade (48,8 pontos).

De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, as diferenças observadas entre as faixas etárias devem-se ao fato de que, na terceira idade, o peso da preocupação com o futuro diminui, assim como os compromissos financeiros típicos da meia idade, como a aquisição de casa e carro, além da criação dos filhos.


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