A Petrobras (PETR4; PETR3) “seguirá acompanhando o mercado e decidirá oportunamente sobre os próximos ajustes nos preços” da gasolina e do diesel, disse a empresa em comunicado nesta sexta-feira (3), após ataque dos EUA que matou um comandante militar do Irã e fez os preços internacionais do petróleo dispararem.
A estatal ainda ressaltou que, “de acordo com suas práticas de precificação vigentes”, não há periodicidade pré-definida para reajustes dos valores dos combustíveis nas refinarias.
Nesta sexta-feira, o petróleo Brent, negociado em Londres e que serve de referência para a Petrobras, fechou em alta de 3,6%, a US$ 68,60 por barril, após tocar máxima de US$ 69,50 na sessão, a maior cotação desde meados de setembro.
O salto foi provocado pelos temores de que o ataque americano ao aeroporto em Bagdá, capital do Iraque, que matou Qassem Soleimani, poderoso militar iraniano, possa gerar uma guerra entre EUA e Irã ou até um conflito armado mais abrangente. Os receios aumentaram após o líder supremo da República Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, jurar vingança.
A consultoria Eurasia acredita que o preço do barril possa saltar a US$ 80 com o agravamento das tensões entre EUA e Irã. O Irã é o décimo maior produtor de petróleo do mundo, de acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Mais que isso, é um dos países que controlam o Estreito de Ormuz, a passagem que liga o Golfo Pérsico ao oceano, por onde é escoado cerca de um quinto da produção global da “commodity” (matéria-prima).
O Iraque, palco dos ataques, por sua vez, é o segundo maior produtor do petróleo mundial.
Em setembro do ano passado, quando ataques à Saudi Aramco, a maior petrolífera do mundo, geraram alta de mais de 14% nas cotações do petróleo em um único dia, a Petrobras anunciou que ia aguardar mas anunciou reajuste dois dias após a disparada.
A Petrobras define os preços da gasolina e do diesel nas refinarias. As distribuidoras podem repassar ou não os reajustes feitos pela estatal para os preços aos consumidores.
Além da cotação internacional do petróleo, o preço dos combustíveis ainda é influenciado pela variação do dólar, que acumulou alta de 3,50% em 2019 e subiu 0,74% para R$ 4,056 nesta sexta (3).