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‘Super Quarta’ dos juros e estreia da XP na Nasdaq vão agitar mercado

A agenda desta quarta (11) promete agitação; às 11h30, as ações da plataforma de investimento começam a ser negociadas na Bolsa americana; às 16h sai a decisão das taxas americanas e às 18h20, a nova trajetória da Selic

Bárbara Leite

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Nesta "Super Quarta", investidores e traders estarão atentos ao que os BCs vão sinalizar para o futuro–Foto: Reprodução

O dia promete ser agitado no mercado financeiro: os Bancos Centrais dos EUA e do Brasil decidirão nesta “Super Quarta” a trajetória dos juros e devem dar orientações para o futuro das taxas e a plataforma de investimentos XP Inc., dona da XP Investimentos, faz sua estreia na Nasdaq, Bolsa americana.

O Fomc do Fed (BC dos EUA) deve manter, às 16h, as taxas de juros inalteradas nos 1,50% a 1,75% ao ano, após três cortes consecutivos de 0,25 ponto percentual, diante da melhora da economia, que segue com menor desemprego em 50 anos e cria mais empregos do que o esperado–em novembro foram 266 mil contra 183 mil projetados pelos analistas.

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O mercado vai estar atento ao que o presidente do Fed, Jerome Powell, vai falar na coletiva de imprensa após a decisão, tentando encontrar indícios do rumo das taxas no ano que vem.

Copom deve cortar Selic para 4,50% apesar do dólar e carne mais altos

Já a expectativa para a Selic, é que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduza novamente a taxa básica de juros do Brasil em 0,50 ponto percentual, dos atuais 5% ao ano para 4,50%, menor nível da história.

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A quarta baixa consecutiva de meio ponto, que será anunciada às 18h20, vai ocorrer apesar do dólar mais alto e da disparada do preço da carne, já que os choques não tiveram força para alterar de modo relevante as expectativas para a inflação.

“Em 2018, houve choques semelhantes (greve dos caminhoneiros e alta do câmbio) e o mercado antecipou alta da Selic, o que não ocorreu. Ficou claro que taxa de câmbio é uma coisa e que inflação é outra. O atual presidente do BC já manifestou tal concepção recentemente, repetindo a postura de Ilan Goldfajn naquela ocasião”, segundo relatório dos economistas do Banco Fator.

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Análise dos economistas do Itaú Unibanco também vai na mesma linha. “Não vemos risco de inflação excessiva no horizonte relevante para a política monetária, mesmo considerando um cenário de continuação do processo de retomada da atividade econômica, os choques de preços recentes e o câmbio em patamar mais depreciado”.

Selic cai a 4,5% e agora?

O que diverge entre os especialistas é o que vai acontecer em 2020. A divisão está entre manutenção da Selic em 4,50% ao longo de todo o ano, a majoritária e a que prevalece na média entre os cerca de cem economistas ouvidos pelo BC no Boletim Focus, um corte de 0,25 ponto (prevista pelo Top5, os economistas que mais acertam previsões no Focus) ou de 0,50 ponto no ano que vem.

O mercado aguarda o comunicado que acompanha a decisão do Copom desta quarta (11), a última do ano, e a ata que sairá sobre a decisão para ajustar as suas estimativas.

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A maioria acredita que o tom da nota do Copom será de cautela, diante da expectativa de melhora do crescimento econômico–para 2019, a projeção para a alta do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) está em 1,10%; para 2020, em 2,24% e muitos já veem o crescimento perto de 2,50%.

XP Inc. estreia na Nasdaq

Outro evento importante da agenda nesta quarta (11) é a estreia da XP na Nasdaq. No IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês), operação para a empresa listar suas ações em Bolsa, a plataforma de investimentos captou US$ 2,25 bilhões, o que a avalia em US$ 14,9 bilhões (R$ 61,7 bilhões), cerca de 20% do valor de mercado do Itaú Unibanco, dono de 49,9% da XP. Cada ação foi precificada em US$ 27, acima do intervalo indicativo de US$ 22 a US$ 25, devido à alta demanda (14 vezes a oferta).

Como o banco não participou do IPO terá sua posição diluída para 32,5% do poder de voto. Em maio de 2017, quando adquiriu a posição na “concorrente” a XP era avaliada em R$ 12 bilhões.

O investidor brasileiro, devido às condições rígidas de IPO’s nos EUA, não deve ser contemplado na oferta, mas, quem tiver interesse em ser acionista da companhia, é possível adquirir ações após a estreia, que está prevista por volta das 11h30.

Para isso, é preciso abrir uma conta em uma corretora americana. A Avenue Securities, liderada pelo brasileiro Roberto Lee, que fundou a Clear, que atualmente faz parte das corretoras da XP, é uma das opções para o investidor brasileiro.

Segundo Roberto Lee, CEO (presidente executivo) da Avenue, qualquer um pode abrir uma conta e comprar ações nas Bolsas americanas. Não são exigidos valores mínimos.

“É um home broker normal. Você escolhe a ação, compra, manda a ordem, tudo online”, disse Lee.

A remessa de dinheiro do Brasil para a conta americana é feita por meio do aplicativo. A Avenue tem parceria com o banco de câmbio Bexs.

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