A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta (30) estado de emergência global pelo surto de coronavírus, que já matou 171 e infectou outras 8.217. A medida é tomada quando um evento com implicações para a saúde pública ocorre de maneira inesperada, superando as fronteiras do país de origem e demandando uma ação internacional imediata.
Na semana passada, a organização disse que o vírus ainda não constituía a declaração de emergência. Mas, com o aumento do número e evidências de transmissão de pessoa para pessoa em alguns casos fora da China, a liderança da OMS voltou a reunir o comitê devido ao “potencial para um surto muito maior”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no início desta semana.
Quando uma emergência internacional é declarada, esforços sanitários, financeiros e científicos são ampliados para tentar conter o avanço da doença. Geralmente também são definidas diretrizes sobre quais medidas restritivas os países devem adotar quanto a viagens e comércio.
A medida foi adotada anteriormente em apenas 5 ocasiões: em 2009, durante a epidemia da gripe H1N1, em 2014, durante a propagação do vírus causador da poliomielite, outra vez em 2014, para conter um surto de ebola no oeste da África, em 2016 com o zika vírus aqui no Brasil e por fim, no ano passado, mais uma vez frear o quadro severo de mortes causadas pelo Ebola, no Congo.
Já são 18 nações além da China com registros da infecção. Em três delas (Alemanha, Japão e Vietnã), o vírus contaminou pessoas que não estiveram em território chinês, o que indica transmissão interna nesses locais, cenário que aumenta o risco de propagação global. Esse foi o motivo pelo qual o diretor-geral da OMS decidiu reconvocar o comitê de emergência.
Índia e Filipinas reportaram, nesta quinta (30), os primeiros casos.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do EUA confirmou nesta quinta-feira (30) que o país registrou o primeiro caso de transmissão interna de pessoa para pessoa do novo coronavírus. Além deste, o país tem outros quatro casos confirmados, de pessoas que viajaram para a China.
No Brasil, ainda não há casos confirmados de coronavírus, mas o Ministério da Saúde investiga pelo menos nove possíveis infecções em seis Estados brasileiros.
Nesta quinta, por conta do receio do impacto do coronavírus no crescimento da economia da China e do mundo, o dólar disparou a R$ 4,27 e o Ibovespa perdeu os 115 mil pontos. No fechamento, a moeda americana teve um alívio e terminou nos R$ 4,259, com alta de 0,95%.
*Com agências