À medida que o número de casos confirmados do novo coronavírus, batizado de 2019-nCoV, continua aumentando, a Organização Mundial de Saúde (OMS) se reúne, nesta quinta (30), para decidir se classifica o surto chinês como uma emergência de saúde pública global. A Índia e Filipinas reportam os primeiros casos da doença.
A liderança da OMS se encontra novamente devido ao “potencial de um surto muito maior”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta quarta (29).
Ghebreyesus afirmou que, enquanto quase 99% dos casos ocorreram na China, os casos de transmissão de pessoa para pessoa em vários outros países se tornaram motivo de preocupação.
Na semana passada, a organização disse que o vírus era uma emergência na China, mas ainda não constitui uma emergência internacional de saúde pública.
Para o chefe do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Michael Ryan, “o mundo inteiro precisa estar em alerta agora”.
“O mundo inteiro precisa agir e estar pronto para todos os casos que surgirem, seja do epicentro original ou de outros epicentros que se estabelecem”, disse Ryan a repórteres nesta quarta-feira (29).
Mortes sobem para 170; infectados passam de 7,7 mil; novo coronavírus bate SARS
Autoridades chinesas anunciaram que o número de mortes havia subido de 132 para 170 e os infectados é de 7.711. O número de pacientes que se recuperou é de 128. O boletim foi divulgado às 7h30 de quinta-feira (30), no horário de Pequim.
O boletim anterior, que trazia os dados de terça-feira (28), informava que haviam sido confirmados 5.974 casos de pneumonia causada pelo coronavírus em 31 províncias do país.
Apesar das medidas de prevenção e isolamento decretadas pelo governo chinês, os casos confirmados do novo coronavírus no país já superam os da epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), ocorrida em 2003.
Embora apresente alto índice de transmissão, o novo coronavírus teve até o momento menor taxa de mortalidade do que a SARS. De acordo com a OMS, a epidemia de 2003 matou 10% dos infectados, enquanto que as mortes do novo coronavírus atingiram 2% dos infectados.
Hubei, onde fica Wuham, é a mais afetada
A última notificação informa que a província chinesa de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, nde surgiu a epidemia, é a área mais afetada com 4.586 casos e 162 mortes.
Há casos confirmados em Taiwan (8), Hong Kong (10) e Macau (7).
Pelo menos 75 casos foram confirmados em outros países, incluíndo oito nações asiáticas, França, Alemanha e Finlândia, que reportaram um total de dez casos.
Os EUA e o Canadá notificaram sete casos. Na quarta-feira (29), os Emirados Árabes anunciaram a confirmação de quatro casos de contaminação pelo coronavírus.
Brasil: 9 casos suspeitos
O Brasil tem nove casos suspeitos de coronavírus em seis estados–Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Ceará.
Todos os pacientes estão passando por testes genômicos para uma possível confirmação do vírus 2019-nCoV.
Por enquanto, os exames serão centralizados na Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), no Rio de Janeiro. . As informações foram divulgadas nesta quarta (29) em coletiva de imprensa do Ministério da Saúde, em Brasília. Os dados são referentes ao período de 18 a 29 de janeiro.
“Nenhum de nós tem possibilidade de dizer com que velocidade esse possível surto irá se desenvolver no país. No momento atual, faremos uma campanha de recomendações do mesmo modo que fazemos no caso do influenza”, disse João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do Ministério da Saúde.
Reis também informou que não há previsão de interferência no carnaval devido ao vírus. Por enquanto, não haverá bloqueio de passageiros da China nos aeroportos – cerca 250 pessoas desembarcam por dia. Há recomendação do governo chinês para que os moradores não saiam de lá.
Índia e Filipinas: primeiros casos
O Ministério da Saúde e Bem-Estar da Família da Índia confirmou o primeiro caso de coronavírus do país em Kerala, um estado costeiro do sudoeste. O governo disse em comunicado que o paciente é um estudante da Universidade de Wuhan e foi isolado em um hospital. Ele também disse que a pessoa está em condições estáveis e sendo monitorada de perto.
Nas Filipinas, o governo disse que a paciente é uma mulher de 38 anos, de Wuhan, na China, que chegou a Manila via Hong Kong em 21 de janeiro. Também disse que foi internada em “hospitais do governo no dia 25 de janeiro depois de sentir tosse leve. Ela é atualmente assintomática. ”
*Com agências
