A indústria de fundos alcançou R$ 161,7 bilhões de captação líquida de janeiro a julho deste ano, valor 226% maior que o registrado no mesmo período do ano passado (R$ 49,6 bilhões). Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (7) pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.
Segundo a associação, os aportes foram liderados pelos fundos multimercados e de ações, considerados investimentos mais arriscados por aplicarem em renda variável, que somaram R$ 37,9 bilhões e R$ 32,6 bilhões, respectivamente.
“O mercado tem refletido a expectativa de permanência da taxa básica de juros nas alocações dos ativos por um período mais prolongado”, explica Carlos André, vice-presidente da Anbima.
“Até 2016, os fundos de renda fixa tinham uma captação maior na comparação com outras classes. Com a redução da Selic em 2017, houve uma procura maior dos investidores por alternativas de investimentos em fundos – e as classes de multimercados e de ações vêm ganhando cada vez mais relevância”, analisa.
A taxa básica de juros da economia, a Selic, esteve por 16 meses em 6,50% ao ano, no menor patamar da história, e no último dia 31 de julho, sofreu um corte (esperado pelo mercado) de 0,50 ponto percentual, e está em 6% ao ano.
Juros mais baixos deixam aplicações atreladas aos juros com rendimento menor. Para o investidor conseguir um ganho superior precisa se arriscar um pouco mais e aplicar em alternativas como os fundos de ações (que investem no mínimo 67% dos recursos em ações ou em papéis cotados na Bolsa) e os multimercados (que investem em vários produtos diferentes, tanto de renda fixa quanto de variável).