Após forte demanda, principalmente dos investidores brasileiros, a rede de joalherias Vivara definiu o preço de suas ações no IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês), operação para listar ações da empresa pela primeira vez na Bolsa, a R$ 24, mais perto do teto da faixa indicativa (R$ 21,17 a R$ 25,40),
O valor avalia a empresa em R$ 5,7 bilhões, um múltiplo de cerca de 23 vezes o lucro estimado para 2020– próximo de varejistas consideradas de alta qualidade, como a Renner, que negocia a 27 vezes.
Com a abertura do capital, foram captados R$ 2,3 bilhões, dos quais R$ 453,5 milhões irão para o caixa da empresa e R$ 1,842 bilhão para os acionistas da família Kaufman, fundadora da companhia. São eles Nelson Kaufman (fundador), que reduziu sua participação de 48% para 22%, o CEO (presidente executivo) Marcio Kaufman, filho de Nelson, e sua irmã Mariana, que é diretora de marketing, e Paulo Kruglensky.
Do total levantado para a empresa, 65% serão utilizados para abertura de lojas. A empresa revelou que quer dobrar sua rede, hoje com 234 estabelecimentos–185 lojas, 47 quiosques e duas lojas da Vivara Life, unidade voltada para o público jovem– a maioria em shoppings.
O restante será destinado, por exemplo, para aumento do parque fabril e até para a criação de uma nova marca voltada para a classe média. Aquisições no mercado serão analisadas. O mercado de joalheria no Brasil é muito pulverizado, o que abre espaço para movimentos de consolidação. Apesar de estar na liderança, tem apenas cerca de 10% do mercado de joalherias do país.
Na operação, devido à procura, a companhia vendeu ainda dois lotes extras. Ao todo foram 95.654.226 ações. As ações ordinárias começarão a ser negociadas nesta quinta-feira (10), sob o código VIVA3.
Este é o terceiro IPO na B3, Bolsa brasileira em 2019, depois da Neoenergia e da Centauro.
*Com agências