A Vivara (VIVA3) informou, nesta quarta-feira (9) como ficou o rateio do seu IPO (Oferta Pública Inicial), operação para listar a empresa na Bolsa, que movimentou R$ 2,3 bilhões, um dia antes das ações começarem a negociar na B3, antiga Bovespa.
Os pequenos investidores de varejo do IPO que aceitaram a cláusula de “lock-up”, ficar sem vender os papéis por um período, que era de 45 dias, vão receber 47,04% das ações que reservaram. Quem não aceitou a condição, vai ter apenas 3,2% do volume demandado.
São considerados pequenos investidores do varejo quem fez ofertas de R$ 3 mil a R$ 1 milhão.
Já os investidores qualificados do varejo, chamado de segmento private, com ofertas de R$ 1 milhão a R$ 10 milhões, que aceitaram o “lock-up”, que, neste caso era de 120 dias, foram integralmente atendidos em seus pedidos, diz a Vivara.
Para os pequenos, o prazo até poder vender é 23 de novembro, para os do segmento private, até 6 de fevereiro de 2020.
Com a cláusula de “lock-up”, a empresa quis evitar a chamada “flipagem”, especulação com as ações no primeiro dia ou primeiros dias de negociação.
Empresa avaliada em R$ 5,7 bilhões
Após forte demanda, principalmente dos investidores brasileiros, a Vivara fixou em R$ 24 o preço por ação, mais perto do teto da faixa indicativa (R$ 21,17 a R$ 25,40).
O valor avalia a empresa em R$ 5,7 bilhões, um múltiplo de cerca de 23 vezes o lucro estimado para 2020– próximo de varejistas consideradas de alta qualidade, como a Renner, que negocia a 27 vezes.
Com a abertura do capital, foram captados R$ 2,3 bilhões, dos quais R$ 453,5 milhões irão para o caixa da empresa e R$ 1,842 bilhão para os acionistas da família Kaufman, fundadora da companhia. São eles Nelson Kaufman (fundador), que reduziu sua participação de 48% para 22%, o CEO (presidente executivo) Marcio Kaufman, filho de Nelson, e sua irmã Mariana, que é diretora de marketing, e Paulo Kruglensky.
Do total levantado para a empresa, 65% serão utilizados para abertura de lojas. A empresa revelou que quer dobrar sua rede, hoje com 234 estabelecimentos–185 lojas, 47 quiosques e duas lojas da Vivara Life, unidade voltada para o público jovem– a maioria em shoppings.
O restante será destinado, por exemplo, para aumento do parque fabril, para a criação de uma nova marca voltada para a classe média, e investimentos em tecnologia. Aquisições no mercado serão analisadas. O mercado de joalheria no Brasil é muito pulverizado, o que abre espaço para movimentos de consolidação. Apesar de estar na liderança, tem apenas cerca de 10% do mercado de joalherias do país.
Este é o terceiro IPO na B3, Bolsa brasileira em 2019, depois da Neoenergia e da Centauro.