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Ações da Vivara abrem em alta em sua estreia na Bolsa

Papel abriu em R$ 24,80, uma valorização de 3,33% em relação ao preço definido no IPO

Bárbara Leite

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As ações da rede de joalherias Vivara (VIVA3) começaram a ser negociadas em alta nesta quinta-feira (10) na Bolsa de valores brasileira, a B3. Como esta é a primeira negociação da empresa, os papéis ficaram em leilão por um período antes da estreia. O período de leilão foi das 10h até às 10h40, acima do prazo normal de 15 minutos.

Segundo o presidente da B3, Gilson Finkelsztain, o prazo foi prorrogado porque algumas corretoras não conseguiram colocar suas ordens no sistema.

Quando abriu para todo mundo, o preço do primeiro contrato de compra e venda foi de R$ 24,80, alta de 3,33% em relação ao valor fixado no IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês), que foi de R$ 24.

Para evitar especulação com as ações na estreia e nos primeiros dias de negociação, a empresa privilegiou na oferta quem aceitou a cláusula de “lock-up”, ficar sem vender os papéis por um período.

Para os pequenos investidores do varejo (ofertas entre R$3 mil e R$1 milhão), foram impostos 45 dias, ou seja, eles não poderão vender seus papéis até dia 23 de novembro. Por terem aceite a condição, tiveram direito a ficar com 47,04% das ações que reservaram. Quem não aceitou a condição, teve apenas 3,2% do volume demandado.

Já para os investidores qualificados do varejo, chamado de segmento private, com ofertas de R$ 1 milhão a R$ 10 milhões, o prazo do “lock-up”, era maior, de 120 dias, ou seja, até dia 6 de fevereiro de 2020. Eles foram integralmente atendidos em seus pedidos.

Na operação, devido à procura, a companhia vendeu ainda dois lotes extras. Ao todo foram 95.654.226 ações.

Este é o terceiro IPO na B3, Bolsa brasileira em 2019, depois da Neoenergia e da Centauro.

Empresa avaliada em R$ 5,7 bilhões

Após forte demanda, principalmente dos investidores brasileiros, a Vivara fixou em R$ 24 o preço por ação, mais perto do teto da faixa indicativa (R$ 21,17 a R$ 25,40).

O valor avalia a empresa em R$ 5,7 bilhões, um múltiplo de cerca de 23 vezes o lucro estimado para 2020– próximo de varejistas consideradas de alta qualidade, como a Renner, que negocia a 27 vezes.

Com a abertura do capital, foram captados R$ 2,3 bilhões, dos quais R$ 453,5 milhões irão para o caixa da empresa e R$ 1,842 bilhão para os acionistas da família Kaufman, fundadora da companhia. São eles Nelson Kaufman (fundador), que reduziu sua participação de 48% para 22%, o CEO (presidente executivo) Marcio Kaufman, filho de Nelson, e sua irmã Mariana, que é diretora de marketing, e Paulo Kruglensky.

Destino dos recursos captados

Do total levantado para a empresa, 65% serão utilizados para abertura de lojas. A empresa revelou que quer dobrar sua rede, hoje com 234 estabelecimentos–185 lojas, 47 quiosques e duas lojas da Vivara Life, unidade voltada para o público jovem– a maioria em shoppings.

O  restante será destinado, por exemplo, para aumento do parque fabril, para a criação de uma nova marca voltada para a classe média, e investimentos em tecnologia. Aquisições no mercado serão analisadas. O mercado de joalheria no Brasil é muito pulverizado, o que abre espaço para movimentos de consolidação. Apesar de estar na liderança, tem apenas cerca de 10% do mercado de joalherias do país.

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