A economia brasileira voltou a crescer em agosto, mas a um ritmo menor do que o esperado. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país), teve leve avanço de 0,07% em agosto ante julho, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (14) pelo Banco Central (BC).
O resultado anula a queda da economia registrada em julho, que foi de 0,07% (em dado revisado pelo BC; antes a queda era de 0,16%).
Em relação a agosto de 2018, a economia recua 0,73%.
Com isso, os números vieram piores do que o projetado pelo mercado, que era de uma alta mensal de 0,10% e queda anual de 0,50%.
O mês de agosto foi marcado por uma recuperação da indústria e o terceiro crescimento seguido nas vendas no varejo, embora os números ainda não sejam considerados um sinal de recuperação da atividade econômica.
A produção da indústria brasileira interrompeu três meses de perdas e registrou alta de 0,8%, no melhor resultado para o mês em cinco anos. O IBGE destacou, entretanto, que isso não representa uma reação do setor.
Já as vendas no varejo subiram 0,1% no mês, mas o ritmo mostra perda de força. Por outro lado, o volume de serviços apresentou recuo de 0,2% na comparação com julho, no quinto resultado negativo no ano.
A fraqueza da atividade econômica tem avalizado as apostas de que o BC vai cortar a taxa básica de juros da economia, a Selic, em um ritmo mais intenso do que o antes previsto. Aumentaram as expectativas que a Selic recue dos atuais 5,50% para 4,50% ao ano.
O grupo dos Top5, dos economistas que mais acertam as previsões, no Boletim Focus, já prevê que a taxa feche o ano um ponto percentual mais baixa.
Apesar de frustrar, dado sinaliza 3º trimestre positivo
Apesar de ter frustrado as expectativas de crescimento em agosto, o IBC-Br sugere PIB positivo no terceiro trimestre, segundo avalia André Perfeito, economista-chefe da Necton.
“Se assumirmos que a variação de setembro contra agosto seja 0%, ou seja, não cresça nada na margem, a variação trimestral dessazonalizada será de 0,58%, ou seja, uma recuperação contra o trimestre anterior fechado. Para se ter uma ideia o IBC-Br do 2º trimestre foi de queda de -0,14% e mesmo assim o PIB avançou”, diz.
Segundo ele, os dados indicam que a atividade econômica está reagindo a uma agenda microeconômica do governo. Perfeito lembra, porém, que os níveis de comparação são baixos, já que em julho a economia registrou queda. Na comparação anual, o desempenho do PIB foi ruim, queda de 0,73%, sinaliza.
*Com Reuters