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Brasil tem ‘um Portugal’ de jovens ‘nem-nem’

IBGE divulgou dados do mercado de trabalho de 2018 nesta quarta-feira (19)

Bárbara Leite

Publicado

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País tem 23% do jovens fora da escola e do mercado de trabalho

Os dados da Pnad Contínua, divulgados nesta quarta-feira (19) pelo IBGE mostram a continuação de um cenário preocupante dos jovens brasileiros no mercado de trabalho em 2018.

Segundo o levantamento, o número de pessoas de 15 a 29 anos de idade que não estudavam nem trabalhavam – a chamada geração “nem-nem”– chegou a 10,9 milhões em 2018, o equivalente à população de Portugal e a 23% dos jovens brasileiros. Os números, segundo o IBGE, estão estáveis em relação a 2017. Grande maior deles reside nas regiões Nordeste e Sudeste.

O índice é maior ainda na faixa etária que vai dos 18 aos 24 anos, idade em que, teoricamente, deveriam estar na universidade, chegando a 27,7%.

Entre as mulheres, a pesquisa mostrou que o percentual das que não trabalhavam nem estudavam era ainda maior de 28,4%. O de homens é bem menor: 17,6%.

“Mas não chamem esses jovens de ‘nem, nem’”, pediu a pesquisadora Marina Águas, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento (Coren) do IBGE, responsável pela apresentação da pesquisa. “O fato de nem estarem estudando, nem trabalhando não significa que sejam inúteis. Uma grande parte das mulheres, por exemplo, está ocupada com o trabalho doméstico, com o cuidado de idosos e crianças. Há questões de gênero importantes por trás dessa estatística”, conta.

De acordo com a pesquisadora, parte da explicação para este fenômeno está nos trabalhos domésticos. A realização de afazeres domésticos ou o cuidado com outras pessoas foram os motivos alegados por 23,3% das mulheres para não estarem estudando nem trabalhando. Entre os homens, esse percentual é de meros 0,8%. Os números se mantêm estáveis desde 2017.

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