Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revelou que 11% dos internautas brasileiros afirmaram já terem perdido dinheiro em esquemas fraudulentos de investimentos. O levantamento, intitulado “Fraudes em Investimentos no Brasil”, ouviu 917 pessoas residentes em todas as capitais do país.
As principais ocorrências se deram em esquemas de pirâmide (55%), golpe de seguradora, onde supostamente o investidor receberia uma determinada quantia mediante pagamento de taxas e/ou despesas (19%) e golpe das ações ou fundos antigos de aposentadoria esquecidos, com exigência de pagamento antecipado de supostas taxas e/ou despesas (16%).
“Pirâmide financeira, falsos fundos e fraudes envolvendo investimentos sempre começam com a promessa de altos ganhos de dinheiro rápido e fácil. E esses ganhos costumam ser bem acima da média das aplicações e investimentos tradicionais. Em todos os casos, três fatores costumam andar juntos: o excesso de confiança, a ganância ou a ingenuidade do investidor, aliada à negligência para checar a veracidade das informações, o que acaba facilitando a ação dos fraudadores”, comenta o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.
O que levou as vítimas aos golpes
Para 44% dos entrevistados, a promessa de alta taxa de rendimento foi o motivo que os levou à fraude. Outros 36% disseram que foram persuadidos pelo fato de não ser necessário entender de investimento e 32% destacaram o baixo risco apresentado pelo investimento oferecido.
A venda foi realizada principalmente por um consultor autônomo não registrado ou licenciado (43%), amigo ou parente (29%) ou por membro de um grupo ou organização a qual pertence (26%).
Já entre as principais ocorrências que resultaram na perda do dinheiro investido, 29% informaram ter tido prejuízo após garantia de alta rentabilidade logo no início do investimento, 24% alegaram que o responsável desapareceu com o dinheiro investido e 19% que na data pré-determinada, o dinheiro não estava disponível para saque.
62% não recuperaram o dinheiro
O estudo comprova o alto risco de perda financeira ao aderir a um investimento fraudulento, pois seis em cada dez entrevistados afirmam não ter recuperado os valores perdidos na fraude (62%), sendo que 35% já desistiram de receber e 27% ainda têm essa esperança.
Em contrapartida, 38% conseguiram reaver valores perdidos. Nesse caso, 18% resgataram com prejuízo, 8% foram ressarcidos pela empresa/ consultor através de acordo não-judicial e 6% foram ressarcidos pela empresa/consultor através de processo judicial.
Maioria tomou conhecimento de suposto investimento pela internet
De acordo com os entrevistados, a maioria tomou conhecimento dos investimentos, principalmente, pelos anúncios na internet (36%). Enquanto 34% afirmaram que foi por indicação de parentes e amigos, 16% disseram que foi por informes recebidos por e-mail e 16% por recomendação de um profissional/consultoria contratado.
“É fundamental verificar a procedência de corretoras, bancos e agências de investimento, se a instituição está registrada junto a CVM, além de consultar o Banco Central e a B3”, destaca Costa.
Também é essencial sempre desconfiar dos rendimentos elevados e da promessa de uma renda certa.