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Dólar sobe com cautela por EUA-China, dados do emprego e decisão sobre juros

Após três pregões consecutivos de queda, moeda americana negocia em alta nesta quinta (5) à espera de novidades sobre acordo comercial, Payroll e taxas americana e brasileira

Bárbara Leite

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Após emendar o terceiro dia de queda na véspera, o dólar iniciou em alta nesta quinta-feira (5) à espera de novidades sobre o acordo comercial entre EUA e China, que ganhou um impulso nesta quarta, e cautela com a divulgação do relatório do emprego nos EUA nesta sexta e decisões sobre a trajetória dos juros americano e brasileiro na semana que vem.

Pelas 12h30, a moeda americana era negociada em R$ 4,216, com avanço de 0,32%, depois de cair a R$ 4,206 nesta quarta, quando acumulou baixa de 0,90% em três pregões.

Leia também: Dólar cai a R$ 4,20; novos fatores podem deixar moeda mais perto de R$ 4 do que de R$ 4,30

“O dólar segue lutando para seguir abaixo de R$ 4,22. Ainda estamos em momento de fluxo desfavorável e isto tem nos deixado um pouco desacoplados de outras moedas”, segundo relatório de José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos, divulgado na manhã desta quinta-feira (5).

“Seguimos com a expectativa que a real/dólar se valorize ao menos até R$ 4,15, mas devido a uma agenda muito pesada entre amanhã (Payroll), próxima quarta-feira (Fomc e Copom) e próximo domingo (quando Trump decidirá sobre as tarifas contra a China), a cotação em torno de R$ 4,20 pode ser útil para aqueles que têm despesas a serem pagas no curto prazo”, orienta Faria Júnior.

Nesta sexta, sai o chamado Payroll, que retrata o mercado de trabalho dos EUA, de novembro. O dado é importante para saber como está a geração de empregos por lá em meio à guerra comercial com a China.

Mas mesmo que venha muito baixo, ele não deve mudar a decisão do Fomc, o órgão do Fed (Banco central americano) que toma as decisões sobre os juros, na próxima quarta (11), que deve ser de manter as taxas.

A confirmação da manutenção nos EUA com uma queda da taxa básica de juros do Brasil, a Selic–o mercado prevê que o juro básico recue dos atuais 5% para 4,50% ao ano na quarta–tende a ser negativo para o real, já que afasta do país o investidor que especula com taxas de juros e vê retornos menores após a baixa brasileira.

Nesta quarta, o dado do emprego privado americano, o ADP, veio muito baixo–foram criadas 67 mil vagas contas 125 mil esperadas–mas o Payroll e o ADP muitas vezes saem divergentes. Uma geração baixa de empregos nos EUA não é tão mau sinal, já que a economia está no chamado pleno emprego.

O mercado está mais na expectativa do que o Copom e o Fed vão sinalizar sobre o rumo das taxas em 2020.

Acordo comercial no radar

Além da agenda no radar, os investidores seguem na expectativa de novos desenvolvimentos sobre a primeira parte do acordo comercial entre as duas potências mundiais, depois que, na véspera, a Bloomberg noticiou que o pacto deve sair antes da nova fase de tarifas, prevista para 15 de dezembro, e o presidente americano, Donald Trump, mudou o discurso–chegou a sugerir que o acordo não sairia antes de novembro de 2020 na terça– e falou que as negociações com os chineses estavam “indo muito bem”.

Leia também: Trump: pode ser melhor esperar até depois das eleições de 2020 para um acordo com a China

Nesta quinta, o Ministério do Comércio da China afirmou que tarifas precisam ser reduzidas para que os países alcancem um acordo provisório sobre comércio, mantendo sua postura de que algumas tarifas americanas precisam ser revertidas para a fase um de um acordo.

“O lado chinês acredita que se ambos os lados alcançarem a fase um de um acordo, as tarifas devem ser reduzidas de acordo”, disse o porta-voz do ministério, Gao Feng, acrescentando que os dois lados estão mantendo comunicação próxima.

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