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Veja os maiores ‘micos’ da Bolsa em 2019

Confira as ações que integram o Ibovespa, referência da B3, que mais desvalorizaram neste ano; a campeã liderou as baixas no primeiro e no segundo semestre

Bárbara Leite

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Em 2019, o Ibovespa acumula alta de 31,83%, o melhor desempenho da década-Foto: Reprodução

O Ibovespa, índice de referência da B3, Bolsa brasileira, caminha para encerrar 2019 com o melhor desempenho da década. Mas nem todas as ações “surfaram” na onda positiva neste ano. Algumas deram muita dor de cabeça aos acionistas. Das 68 companhias que compõem o índice, sete estão terminando o ano no vermelho, segundo os dados até à última segunda (23), a três pregões do fechamento do ano.

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Veja abaixo as ações candidatas a fiasco em 2019, quando o Ibovespa acumulou valorização de 31,83% e bateu recordes históricos de pontuação.

‘Micos’ da Bolsa em 2019

1º Braskem (BRKM5): -38,27%

A Braskem (BRKM5) com queda acumulada de 38,27% até esta segunda (23) é a lanterna do Ibovespa. A petroquímica do grupo Odebrecht carregou o “caneco” durante o ano inteiro. Liderou as baixas no índice no primeiro semestre, quando recuou 26,07%, e na segunda metade do ano, quando teve variação negativa de 17,81%.

Vários eventos explicam o tombo. Resultados ruins-no terceiro trimestre, a empresa teve prejuízo de R$ 888 milhões, revertendo lucro de R$ 1,34 bilhão em igual período de 2018. Problemas com a mina Salgema em Maceió (AL) que causaram rachaduras em casas de um bairro próximo e desencadearam consequências como o bloqueio de recursos. Também ajudou a piorar a situação o anúncio da desistência da holandesa LyondellBasell de comprar a empresa, desvinculando a empresa dos problemas de sua controladora, que está em recuperação judicial.

2° CVC (CVCB3): -28,98%

A agência de viagens CVC (CVCB3) está na vice-liderança dos “micos” de 2019 do Ibovespa ao acumular tombo de 28,98% desde início do ano até esta segunda (23). No primeiro semestre, esse lugar era ocupado pela Ultrapar (UGPA4), que também vai fechar o ano negativa, mas longe da baixa de 24,44% registrada nos primeiros seis meses do ano.

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Complicaram a vida da CVC a falência da companhia aérea Avianca, que encareceu os pacotes da empresa, a crise na Argentina e o fim da maior agência de viagens do mundo, a Thomas Cook, que acendeu um alerta sobre as maiores dificuldades de empresas do setor em meio à concorrência com plataformas digitais. No ano, a CVC anunciou a compra do grupo argentino Almundo por US$ 77 milhões

3ºEmbraer (EMBR3): -8,95%

As ações da fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3), com recuo de 8,95%, completam o top 3 das ações que mais desvalorizaram em 2019. O atraso na incorporação na americana Boeing, que ficou para início de 2020, e a crise com o avião 737 Max, modelo da Boeing responsável por dois acidentes fatais e que teve sua produção suspensa, ajudam a explicam a baixa da brasileira no ano.

No terceiro trimestre, a fabricante teve prejuízo líquido de R$ 314,4 milhões, revertendo lucro de R$ 26,1 milhões no segundo trimestre.

4º Smiles (SMLS3):-8,76%

O Smiles (SMLS3), administrador do programa de fidelidade da companhia aérea Gol, é o quatro da lista dos fiascos deste ano. Teve especulação envolvendo o fechamento de capital da empresa de milhagem, seguindo a rival TAM e o programa Multiplus.

Também impactou a falta de acordo entre o Smiles e a Gol que vai fazer com que as passagens compradas pelo programa fiquem 41% mais caras a partir de janeiro. Mas a empresa informou que não deve repassar a alta para os clientes, assumindo o custo.

A empresa registrou queda de 29,5% no lucro líquido do terceiro trimestre de 2019 em relação ao mesmo período em 2018 para R$ 149,6 milhões.

5º Cielo (CIEL3):- 5,22%

A empresa de maquininhas de cartões de crédito e débito Cielo (CIEL3) surge no quinto lugar no ranking das ações que mais caíram em 2019, acumulando queda de 5,22% no ano até à ultima segunda. A companhia do Bradesco e do Banco do Brasil vem sofrendo com a concorrência mais acirrada no segmento. No primeiro trimestre, seu lucro líquido somou R$ 548,5 milhões, cifra 40,4% menor que a registrada no mesmo intervalo do ano passado.

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Campanhas da rival Rede, do Itaú Unibanco, como taxas zero na antecipação de recebíveis, penalizaram a companhia.

6º Ultrapar (UGPA3): -4,77%

A Ultrapar (UGPA3), dona dos postos Ipiranga, que estava na vice-liderança no primeiro semestre, recuperou mas ainda está entre as ações que vão fecharam o ano no vermelho. Até esta segunda (23), os papéis somaram baixa de 4,77%.

A companhia desapontou investidores no primeiro trimestre ao entregar resultados fracos de suas subsidiárias, prejudicada especialmente pela queda no consumo de combustíveis. Os reflexos da greve dos caminhoneiros em 2018 sobre os negócios do selo Ipiranga persistiram por meses após a paralisação.

7º Cemig (CMIG4):- 1,08%

A lista das ações que têm queda em 2019 está a Cemig (CMIG4), a companhia elétrica estatal de Minas Gerais, com ligeiro recuo de 1,08%.

O atraso para o segundo semestre de 2020 na privatização da elétrica, prometida pelo governador Romeu Zena (Novo), desagradou.

A empresa também reportou provisões de R$ 1,2 bilhão nas demonstrações do terceiro trimestre, o que eleva o risco de perdas potenciais.

Veja a lista das ações do Ibovespa que acumulam queda em 2019 e como os papéis se comportaram no ano:

Empresa/AçãoVariação 2019*Variação 1º semestre 2019Variação 2º semestre 2019*Valor na abertura 2/1/2019Valor no fechamento 23/12/2019Mês em que o
papel mais recuou
Braskem (BRKM5)-38,27%-26,07%-17,81%R$ 47,38R$ 29,39Junho (-18,53%)
CVC (CVCB3)-28,98%-18,61%-13,86%R$ 61,19R$ 43,46Maio (-8,96%)
Embraer (EMBR3)-8,95%-10,43%1,28%R$ 21,67R$ 19,73Janeiro (-10,75%)
Smiles (SMLS3)-8,76%-2,14%-7,29%R$ 42,92R$ 39,16Junho (-11,86%)
Cielo (CIEL3)-5,22%-25,33%25,26%R$ 9,00R$ 8,53Abril (-19,58%)
Ultrapar (UGPA3)-4,77%-24,44%24,17%R$ 26,60R$ 25,33Agosto (-18,51%)
Cemig (CMIG4)-1,08%7,22%-8,61%R$ 13,85R$ 13,70Julho (-5,67%)

Fonte: B3 e Tito Alencar *até 23/12/2019

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