O novo coronavírus chinês, que se espalhou globalmente e já matou ao menos 56 e infectou mais de 2 mil pessoas, pode ter se originado em um laboratório da cidade chinesa Wuhan, epicentro do surto, vinculado ao programa secreto de armas biológicas da China, segundo um especialista em guerra biológica de Israel, Dany Shoham, de acordo com o “The Washington Times”.
A suspeita, segundo a revista “Great Game India”, é que os chineses tenham contrabandeado um coronavírus de um laboratório do Canadá e o tenham tornado mortal nas instalações de Wuhan. Na manhã deste domingo (26), o site da revista trimestral indiana estava em baixa. Segundo informaram pelo Twitter, estavam sendo alvo de hackers.
“O trabalho em armas biológicas é conduzido como parte de uma pesquisa civil-militar dupla e é “definitivamente secreto”, disse Shoham por e-mail ao jornal americano.
Do Canadá para a China?
No ano passado, um carregamento misterioso foi pego contrabandeando coronavírus do Canadá. Foi atribuída a agentes chineses que trabalhavam em um laboratório canadense. Investigação da revista “Great Game India” vinculou os agentes ao Programa de Guerra Biológica da China, de onde se suspeita que o vírus tenha vazado, causando o surto de coronavírus Wuhan, segundo informações compiladas pelo site “Zero Hedge”.
De acordo com a investigação da revista indiana, o cientista chinês Xiangguo Qiu, do Instituto de Biologia Celular e do Departamento de Pediatria e Saúde Infantil da Universidade de Manitoba, no Canadá, fez pelo menos cinco viagens durante o ano letivo de 2017-18 para o Laboratório Nacional de Biossegurança de Wuhan, da Academia Chinesa de Ciências.
O Laboratório Nacional de Biossegurança de Wuhan, instalado no Instituto de Virologia de Wuhan, foi criado na esperança de ajudar a China a contribuir com pesquisas sobre os vírus mais perigosos do mundo.
O laboratório foi o primeiro do país projetado para atender aos padrões de nível de biossegurança 4 (BSL-4) – o mais alto nível de risco biológico, o que significa que seria qualificado para lidar com os patógenos mais perigosos.
Em agosto de 2017, a Comissão Nacional de Saúde da China aprovou atividades de pesquisa envolvendo vírus Ebola, Nipah e febre hemorrágica da Crimeia-Congo nas instalações de Wuhan.
Antes da aprovação, cientistas americanos publicaram na revista “Nature” suas preocupações de que esse vírus pudesse “escapar” e infectar pessoas. Tim Trevan, consultor de biossegurança de Maryland, nos EUA, disse que temia que a cultura da China pudesse tornar o instituto inseguro, porque uma “estrutura em que todos se sentissem à vontade para falar e que tivesse uma abertura de informações seria importante”.
Coincidentemente, o Laboratório Nacional de Biossegurança de Wuhan está localizado a apenas 32 quilômetros do Mercado de Frutos do Mar de Wuhan. Os primeiros casos da doença foram identificados em trabalhadores desse mercado público de frutos do mar em Wuhan.
James Giordano, professor de neurologia da Universidade de Georgetown e membro sênior do Comando de Operações Especiais de Guerra Biológica dos EUA, disse que o crescente investimento da China em biociência, menos ética em torno da edição de genes e outras tecnologias de ponta e a integração entre governo e academia aumentam a espectro de tais patógenos serem armados.
O microbiologista da Universidade Rutgers, Richard Ebright – e também responsável pelo sequenciamento de genoma crucial que permite aos médicos diagnosticar o vírus – disse, por outro lado, ao “Daily Mail” que “não há motivos para suspeitar de que o laboratório esteja conectado ao coronavírus em Wuhan”.
Vacinas
Os cientistas americanos que alertaram dos riscos em 2017 disseram à revista “Nature” que o trabalho realizado em Wuhan era importante para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos.
Isso incluiu a realização de testes em animais, incluindo macacos, já que os regulamentos para pesquisas com animais são muito mais flexíveis na China do que nos países ocidentais.
A cidade de Wuhan tem mais de 11 milhões de habitantes. É uma São Paulo. O início dos sintomas ocorreu em 8 de dezembro. A causa da doença foi identificada em 7 de janeiro como sendo um novo coronavírus. Nesta semana, a China comunicou que esse vírus pode ser transmitido de pessoa a pessoa.
Surto se espalha e chega a 15 países de 4 continentes; EUA confirmam 5º caso; mortes sobem a 80
O surto de coronavírus está acelerando e já chegou a 15 países, além da China, onde a doença surgiu. O número de mortes com a doença respiratória subiu de 56 para 80 pessoas e atingiu quase 3 mil pessoas, segundo informaram autoridades chinesas no fim da noite deste domingo (26).
O Canadá, Austrália e Malásia confirmaram os primeiros casos neste sábado (25). Hong Kong, após cinco mortes, declarou emergência e vai fechar as escolas até 17 de fevereiro e cancelar vários grandes eventos, como a maratona, que tinha 70 mil inscritos.
A China vai suspender todas as viagens turísticas que partem do país a partir desta segunda (27) para tentar conter a doença, incluindo as de ônibus internas, e construir dois hospitais de emergência para atender 2,3 mil pacientes. Em dez dias deve estar instalado o primeiro.
O presidente chinês disse neste sábado (25) que o vírus está se espalhando de maneira acelerada e que o país enfrenta uma “situação grave”.
EUA, Reino Unido e França já anunciaram que vão evacuar cidadãos de seus países da cidade chinesa de Wuhan.
Neste domingo (26), os EUA confirmaram o terceiro, o quatro e o quinto casos de pessoas com o vírus. Na sexta-feira (24), os EUA confirmaram o segundo caso, e as Bolsas recuaram e o dólar subiu. O Ibovespa, índice de referência da B3 (Bolsa de valores brasileira), caiu 0,96% e fechou em 118.376 pontos, depois de ter batido recorde de 119.527 pontos na semana. Já a moeda americana ficou nos R$ 4,186, uma alta de 0,45%.
*Com agências