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Argentina eleva imposto, e pãozinho no Brasil pode ficar mais caro

Novo presidente Alberto Fernández vai impor uma taxa de 12% sobre as exportações de grãos, incluindo o trigo, que pode chegar ao bolso do consumidor brasileiro, já que mais de 80% do trigo consumido no país vem do vizinho

Bárbara Leite

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Pãozinho francês já está 20% mais caro em 2019 por conta do dólar mais alto–Foto: Reprodução

Na primeira medida para elevar a arrecadação fiscal, o novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, que tomou posse na última terça (10), decidiu aumentar as tarifas sobre as exportações agrícolas, iniciativa que pode impactar no preço do pãozinho, massas e biscoitos vendidos no Brasil.

As taxas sobre a venda de grãos para o exterior serão fixadas em 12%. No caso da soja, que já conta com um imposto de exportação de 18%, a taxa passará a ser de 27%. As novas alíquotas entram em vigor na próxima segunda-feira (16).

O Brasil produz menos da metade do trigo consumido e precisa importar grandes quantidades do grão de países do Mercosul–sobretudo da Argentina– do Canadá e dos EUA.

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Mais de 80% de todo o trigo que o Brasil importa vem da Argentina, de acordo com a Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria de Trigo), que representa a indústria de moagem nacional. Logo, as importações argentinas representam cerca de 40% do consumo nacional.

Até novembro, o Brasil comprou da Argentina 4,8 milhões de toneladas de trigo.

Este aumento das taxas sobre os grãos que impacta o trigo vai elevar os custos de produção para a indústria, que pode repassar essa alta para o bolso do consumidor final.

Até ao momento, a indústria brasileira ainda não se pronunciou. Nas massas, 70% do custo é de farinha. Nos biscoitos, o peso é de 30%, e nos pães e bolos industrializados, de 60%. No pãozinho francês, 70%.

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Neste ano, o pãozinho já ficou 20% mais caro por conta da alta do dólar, na faixa dos R$ 4,20, já que o trigo comprado da Argentina e do resto do mundo é pago na moeda americana.

Segundo o Sinditrigo (Sindicato da Indústria do Trigo), neste ano, a alta para a indústria foi de 40% mas o repasse ao consumidor foi de apenas metade, 20%.

*Com agências

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