Economia Bárbara
  

Seu Bolso

Após susto com CPMF, Ibovespa bate novo recorde

Em dia de novidades da B3 para atrair investidor, negativa de Maia para o retorno do imposto e recomendação do Citigroup, índice de ações fecha nos 112.615 pontos, nova máxima de encerramento

Bárbara Leite

Publicado

em

Símbolo da alta da Bolsa brasileira, Touro de Ouro está de volta: ações da própria B3 brilharam nesta terça–Foto: Pablo Spyer/Mirae

Com os bancos recuperando das perdas da véspera, após o presidente Bolsonaro equacionar a volta de um imposto similar à antiga CPMF, B3 e Petrobras, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, acelerou perto do fim e fechou nesta terça-feira (17) com alta de 0,64% para 112.615 pontos, um novo recorde de fechamento.

O medo com o possível retorno do imposto sobre operações financeiras foi reduzido, depois que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que todos já sabem da dificuldade de aprovar a nova CPMF. Além disso, Maia afirmou não ser possível fugir do debate para simplificar o ICMS, que há necessidade de seguir com a reforma administrativa e iniciar conversas sobre a reforma tributária.

Leia também: Ibovespa deve chegar aos 250 mil pontos em 2022, mas ‘gringo não vem’, diz gestora do Dahlia

“Isso pode ter ajudado um pouco o mercado na parte da tarde”, avaliou Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais.

Durante a manhã, o Ibovespa chegou a ensaiar uma queda e tocou em 111.897 pontos.

O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse nesta terça (17), que o presidente da República, Jair Bolsonaro, “não há de tecer mais nenhum comentário” em relação à Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Nesta segunda (16), Rêgo Barros disse que “eventualmente” a recriação da CPMF poderia estar sendo analisada pelo Ministério da Economia, após Bolsonaro dizer que todas as possibilidades estavam em aberto sobre a volta do imposto, fazendo as ações de bancos liderarem as perdas.

As ações do Itaú (ITUB4), que subiram 1,52%, do Bradesco (BBDC4), com alta de 1,84% e do Banco Brasil (BBAS3), avanço de 2,26%, estão entre as que mais contribuíram para a alta do Ibovespa nesta terça, a par da B3 (B3SA3) e das ações da Petrobras (PETR4), que valorizaram 1,50%.

O giro financeiro foi de R$ 14,96 bilhões, acima da média diária de R$ 12,5 bilhões de 2019, também puxado por ser véspera do vencimento de opções sobre o Ibovespa.

B3 anuncia novidades e anima

A B3, a Bolsa brasileira, que tem suas ações cotadas em Bolsa, disse que estuda reduzir as taxas impostas a corretoras e, dessa forma, a atrair mais pessoas físicas para o mercado de ações. O objetivo é evitar o repasse dessas cobranças e diminuir o custo de alocação para os investidores.

O presidente da B3, Gilson Finkelsztain, falou ainda que estão desenvolvendo plataforma de registro de recebíveis imobiliários e plataforma de seguros.

Leia também: Em três dias, B3 tem três pedidos de IPO; outros 12 estão na fila: veja quais

Também afirmou que o mercado brasileiro de ofertas de ações deve atingir volume recorde em 2020, come 20 a 30 operações, incluindo IPOs (Ofertas Públicas Iniciais, na sigla em inglês), quando uma empresa vai para a Bolsa, e follow-ons (quando uma empresa listada emite novas ações).

“O Brasil tem tudo para ter recorde no ano que vem”, disse o executivo a jornalistas, citando fatores como a expectativa de desinvestimentos do BNDES, as listagens de braços da Caixa Econômica Federal, além de várias empresas privadas que estão planejando ofertas.

No fim, as ações da B3 fecharam com alta de 3,39%, a segunda maior valorização do índice, só perdendo para a Cielo (CIEL3), que avançou 5,52%.

Citigroup, risco-país e ata do Copom

Outra notícia que animou foi a divulgação de que os analistas do Citigroup passaram a recomendar o Brasil ao invés do México dentre os países emergentes.

Também saiu a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na última quarta (11), quando órgão do Banco Central (BC) cortou a taxa básica de juros para 4,50% ao ano, a menor da história.

Leia também: Mercado segue dividido após ata do Copom: Itaú mantém projeção de Selic a 4%

Não há indicação clara sobre o caminho que será seguido, e isso deixou o mercado dividido. No geral, apesar de alguns verem novas baixas, se ocorrerem, serão em menor intensidade, e isso, acabou pesando sobre o humor mais cedo.

Já o risco-país brasileiro medido pelo CDS (Credit Default Swap) de cinco anos seguiu em baixa e atingiu 94 pontos, no nível de país com grau de investimento, o chamado selo de bom pagador, que costuma atrair investidores ao país.

O CDS funciona como um termômetro informal da confiança dos investidores em relação a economias, especialmente as emergentes. Se o indicador sobe, é um sinal de que os investidores temem o futuro financeiro do país, se ele cai, o recado é o inverso: sinaliza aumento da confiança em relação à capacidade do país saldar suas dívidas.

Brexit

A correção na manhã desta terça (17) também foi puxada pela notícia de que o premiê do Reino Unido, Boris Johnson, passou a defender um prazo fixo de transição do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), sem possibilidade de extensão. A medida volta a reviver o fantasma de uma saída sem acordo do país da União Europeia e fez as Bolsas na Europa caírem.

Confira as ações do Ibovespa que mais subiram neste terça (17)

  • Cielo ON (CIEL3): +5,52%
  • B3 ON (B3SA3): +3,40%
  • Ultrapar ON (UGPA3): +2,54%
  • BR Distribuidora ON (BRDT3): +2,46%
  • NotreDame Intermédica ON (GNDI3): +2,29%

*Com Valor

Publicidade
Subscreva nossa Newsletter!
Cadastre seu e-mail para receber nossa Newsletter com dicas semanais.
Invalid email address

Mais Lidas