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Preço do gás deve cair 40% em dois anos com novo programa, estima Paulo Guedes

O foco da nova política é quebra o monopólio do petróleo e do gás natural

Bárbara Leite

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O  governo lançou nesta terça-feira (23) o Programa do Novo Mercado de Gás, que deve levar o preço do gás a cair 40% em dois anos, calcula Paulo Guedes, ministro da Economia.

“O preço do gás natural deve cair até 40% em dois anos. Aqui é US$ 14 [por milhão de BTU], na Europa é US$ 8, Japão, US$ 8, nos EUA, US$ 3. Aqui, só com o choque de oferta, temos de chegar a US$ 8 pelo menos”, disse Guedes na cerimônia de lançamento da nova política.

“Estamos promovendo um choque de oferta. Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro que permitiu esse alinhamento de astros para que isso acontecesse. No Brasil são poucos produtores, mercados cartelizados, preços caros e ainda por cima chuva de impostos. Sobra o quê? Sobra pouco. Por isso, estamos despertando essas forças competitivas”, falou.

Na cerimônia, o presidente Bolsonaro instituiu o Comitê de Monitoramento da Abertura do Mercado de Gás Natural, que vai coordenar ações e atividades para quebrar o monopólio do petróleo e do gás natural.

O governo pretende garantir acesso de empresas privadas à infraestrutura de escoamento e transporte de gás natural. Com isso, espera tornar mais competitivo o preço do gás natural, que representa em alguns casos, até 50% dos custos da indústria.

Hoje a maior parte da cadeia de escoamento e transporte do produto é dominada pela Petrobras.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, a Petrobras é, atualmente, responsável por 77% da produção nacional e por 100% da importação de gás natural. A estatal ainda é sócia de 20 das 27 distribuidoras de gás natural que atuam no país e tem participação acionária em todos os dutos de transporte em operação, além de 100% da oferta na malha integrada.

A petroleira também opera praticamente toda a infraestrutura essencial e consome 40% da oferta total de gás natural.

No Brasil, mais de 80% do gás natural é consumido pela indústria e por usinas térmicas. Em março, os consumidores residenciais responderam por apenas 1% da demanda. Já os automóveis representaram 9% da demanda total.

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