A Polícia Federal (PF) deflagrou a 64ª fase da Operação Lava Jato na manhã desta sexta-feira (23). A ex-presidente da Petrobras no governo Dilma Graça Foster, o banqueiro André Esteves e o banco BTG Pactual são alvos de busca e apreensão nesta nova fase, segundo o G1.
Estão sendo cumpridos 12 mandados em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foram feitas buscas nas sedes paulista e carioca do BTG Pactual.
Segundo a PF, a investigação apura fatos de diferentes inquéritos e foi impulsionada pelo acordo de colaboração premiada do ex-ministro Antonio Palocci.
O objetivo desta fase é identificar os beneficiários da planilha “Programa Especial Italiano”, gerida pelo setor de propinas da Odebrecht, como eram feitas as entregas de valores ilícitos a autoridades.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), uma das linhas de investigação apura possíveis ilícitos envolvendo a venda de ativos na África, pela Petrobras, ao BTG, que pode ter causado prejuízo aos cofres públicos de R$ 6 bilhões em valores atualizados.
As investigações ainda apontam que a venda tem outros indícios de irregularidades, como possível restrição de concorrência para favorecer o BTG, acesso do banco a informações sigilosas.
Esta etapa também apura informações de Antonio Palocci, em delação premiada, de que André Esteves, no fim da campanha eleitoral de 2010, acertou com o ex-ministro Guido Mantega o repasse de R$ 15 milhões para garantir privilégios ao BTG no projeto de sondas do pré-sal da Petrobras.
Ainda de acordo com a PF, a operação apura crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro que estão relacionados a recursos contabilizados na planilha da Odebrecht.
Graça Foster
Outra frente das investigações apura informações que estavam em e-mails de Marcelo Odebrecht, prestadas por Antonio Palocci, que dizem que a ex-presidente da Petrobras Graça Foster tinha conhecimento do esquema de corrupção existente à época na estatal, mas não adotou medidas efetivas para impedir a continuidade dos crimes, conforme o MPF.
Foster foi presidente da Petrobras no governo Dilma Rousseff, entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2015.
A fase foi batizada de “Pentiti”, que significa “arrependidos”. O termo é usado na Itália para se referir a integrantes de organizações criminosas que, após serem presos, se arrependeram e decidiram colaborar com as autoridades nas investigações.
*Com informações do G1