Os EUA registraram o primeiro caso de infecção do misterioso vírus chinês, que possivelmente é uma nova variante do coronavírus e já matou ao menos seis pessoas e adoeceu centenas de outras na China. A informação foi divulgada nesta terça-feira (21) pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).
Um viajante da China foi diagnosticado no condado de Snohomish, no estado de Washington, com o coronavírus Wuhan, segundo o CDC.
As autoridades disseram que o homem doente, na casa dos 30 anos, é “muito saudável”. Atualmente, ele está sendo isolado “por precaução” e “representa pouco risco” para o público, disseram eles. O CDC disse que o homem procurou as autoridades de saúde locais em 15 de janeiro, quando começou a apresentar sintomas semelhantes aos da pneumonia.
“Estamos sendo proativos em todos os níveis”, disse Nancy Messonnier, diretora do CDC do Centro Nacional de Imunização e Doenças Respiratórias, em uma teleconferência na terça-feira. “O CDC trabalhará em estreita colaboração com o departamento de saúde do estado sobre os detalhes dos cuidados deste paciente”.
As autoridades de saúde pública confirmaram mais de 300 casos da doença, o que evocou memórias do surto de 2003 da síndrome respiratória aguda grave na China. As autoridades de saúde também confirmaram casos na Tailândia, Coréia do Sul, Japão e Taiwan.
As autoridades do CDC disseram que continuam acreditando que o risco de contágio da doença para o público americano é “baixo”.
Neste fim de semana, o CDC e o Homeland Security começaram a rastrear as pessoas que viajam para os EUA de Wuhan, China, onde se acredita que o surto tenha começado.
As autoridades de saúde disseram nesta terça-feira que começarão a realizar exames nos aeroportos de Chicago e Atlanta. Até agora, eles selecionaram mais de 1.200 passageiros viajando para os EUA de Wuhan, China, onde se acredita que o surto tenha começado.
“Esperamos que nos próximos dois dias” a situação “fique mais clara”, disse Messonnier.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) deve reunir nesta quarta-feira (22) um painel de especialistas em Genebra, na Suíça, para considerar se a doença deve ser uma emergência de saúde global.
A última vez que a OMS declarou uma emergência de saúde global foi em 2019 o surto de Ebola no leste do Congo que matou mais de 2.000 pessoas. A agência também declarou emergências globais para o vírus Zika de 2016, a gripe suína H1N1 de 2009 e os surtos de poliomielite e Ebola de 2014.
Consequências econômicas
As autoridades chinesas dizem que muitos dos pacientes com a nova doença entraram em contato com os mercados de frutos do mar, sugerindo que o vírus está se espalhando de animais para pessoas. No entanto, as autoridades de saúde dizem que ocorreu “transmissão limitada de homem para homem” entre contatos próximos.
Além das preocupações com a saúde, alguns especialistas se preocuparam com as consequências econômicas se o coronavírus evoluir para uma pandemia. Eles apontaram as consequências da crise mortal da SARS em 2003. A SARS, que surgiu na China em 2002 e foi identificada em 2003, matou quase 800 pessoas em todo o mundo. Atingiu as cidades asiáticas como Hong Kong, Cingapura, Taipei e Pequim com mais força e desencadeou uma forte crise na região.
O medo de que o coronavírus possa atrapalhar as viagens e o comércio, e o lento crescimento econômico causaram um calafrio nos mercados de risco global, afetando fortemente as ações asiáticas, deprimindo os preços do cobre e do petróleo e enviando investidores para refúgios, como os títulos do governo dos EUA e da Alemanha.
Por aqui, o dólar disparou e fechou com alta de 0,40% em R$ 4,206 e o Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, recuava, às 17h, 1,12% para os 117.529, com queda da companhia aérea Gol e da agência de turismo CVC.
Como se proteger do vírus
As pessoas podem se proteger do vírus lavando as mãos com água e sabão, evitando tocar nos olhos, nariz ou boca e mantendo-se afastadas das pessoas doentes, de acordo com o CDC. Muitas pessoas na China compraram máscaras para se protegerem do surto.