Você sabe o que é um “market maker” (o fazedor ou formador de mercado, em tradução livre)? Eles nasceram para dar liquidez para ativos geralmente ilíquidos, e assim dar mais atratividade quando são vendidos.
Liquidez é o óleo da engrenagem de qualquer ativo financeiro e o sangue da economia.
O dinheiro é igual ao sangue, tem que circular! Imagine você comprar um produto que não se pode vender. Não é muito atrativo, certo?
O “market maker” entra nessa história para dar fluidez ao mercado, fazendo com que esse negócio seja possível, dando mais segurança para o investidor.
Muitas vezes um investidor está interessado em um determinado ativo, mas a perspectiva de não conseguir vendê-lo leva a que ele não invista seu dinheiro naquele ativo. Mas quando o “market maker” entra na jogada, esse investidor se sente seguro para investir no ativo em questão. Se não for para o mercado em geral, será para o “market maker”.
Em geral, quem faz essa função são corretoras, bancos e outras instituições financeiras contratadas para essa finalidade.
Vamos pensar nesse nome. Por que chamam o cara que prova liquidez de fazedor de mercado?
A razão é a seguinte: imagine que um papel está com preços entre R$ 10 a R$ 20, e no sistema tem ordens para comprar 100 títulos, como ações ou debêntures, a R$ 10; aí você vende 1.000 títulos a R$ 10 e o fazedor de mercado compra de você.
Note que, para a operação ser concluída, alguém precisava comprar os seus 900 títulos, já que só havia ordens para comprar 100. Logo, o fazedor de mercado, literalmente, criou um mercado de 900 papéis para você. Ele fez o negócio acontecer. Ele é um verdadeiro fazedor de mercado.
Também sem ele, você poderia ter que vender os seus papéis por valores mais baixos. Então, nesse sentido, ele também “fez” o seu preço ficar justo.
Mas não pense que a vida do “market maker”é fácil. Ele corre riscos ao fechar o lote de títulos com você.
Imagine as ações da Petrobras no dia em que o Bolsonaro anunciou, por meio de sua conta no Twitter, que a estatal iria reduzir o preço da gasolina. Todo mundo querendo vender, ele comprando tudo e e o preço não para de cair, e tem que comprar mais…
Esse é mais um dia na vida do desconhecido que aceita o risco para facilitar a negociação para você.
Conversei com Fabiana Perobelli, da B3. Confira nosso bate-papo:
Pablo Spyer é diretor operacional da corretora Mirae Asset e conselheiro da Ancord (associação das corretoras do Brasil). Com 24 anos de experiência no mercado financeiro, é especialista em investimentos em mercados emergentes. Suas competências vão desde gestão de ativos, passando por fundos de risco até mercado de ações, entre outras qualificações