A economia brasileira acelerou a recuperação no terceiro trimestre de 2019, sinaliza o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado nesta quinta-feira (14).
De acordo com o indicador, que é considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país), a economia subiu 0,44% em setembro ante agosto, acima das previsões (0,30%), levando o terceiro trimestre a fechar com alta de 0,91%, no melhor desempenho trimestral em um ano, ou desde o terceiro trimestre de 2018 (1,67%).
Trata-se da primeira vez que o IBC-Br mostra resultado positivo para um trimestre desde o início do governo de Jair Bolsonaro. No primeiro trimestre, segundo o indicador do BC, a atividade econômica havia recuado 0,46% e, no segundo, havia caído 0,08%.
Os dados do IBC-Br, porém, têm ficado aquém do que o PIB, que é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vem mostrando: queda de 0,1% (1º trimestre) e alta de 0,4% (2º trimestre). Daí que a expectativa é que os dados do PIB do terceiro trimestre venham melhores do que o IBC-Br, mostrando uma aceleração na recuperação econômica.
FGTS, Semana do Brasil e cortes na Selic puxam PIB em setembro
O IBC-Br mostra que a economia cresceu 2,1% em setembro na comparação com um ano antes, também acima das projeções (1,70%).
Segundo relatório Guide Investimentos, o desempenho da economia brasileira em setembro “pode estar refletindo em parte a liberação inicial dos fundos do FGTS e da Semana do Brasil, além do movimento de cortes da Selic iniciado em julho”.
Em 13 setembro, a Caixa começou a liberar os saques de até R$ 500 do FGTS por conta ativa (emprego atual) e inativa (emprego antigo), para reanimar a economia. Os últimos dados, até 5 de novembro, dão conta que R$ 17,4 bilhões foram injetados no país por meio dos saques de até R$ 500 do fundo de garantia.
Também em setembro, para estimular as vendas em um mês tradicionalmente fraco para o varejo, o governo organizou a Semana do Brasil, uma espécie de Black Friday verde-amarelo, com descontos no varejo nacional.
O BC promoveu o segundo corte na taxa básica de juros do país, a Selic, em setembro, deixando-a em 5,50%, novo mínimo recorde. Entretanto, a Selic já caiu mais e está em 5% ao ano.
Nesta semana, o IBGE divulgou que as vendas no varejo no Brasil tiveram o melhor setembro em dez anos.
O setor de serviços também mostrou bom desempenho: teve o melhor mês desde 2014, enquanto a produção industrial o setembro mais forte em dois anos.