Três em cada quatro jovens de 18 a 24 anos não se preparam para a aposentadoria, e metade não controla as finanças. Eles fazem parte da chamada “Geração Z”, nascidos entre 1995 e 2010, os primeiros a chegarem à vida adulta tendo, desde muito pequenos, acesso instantâneo a uma gigantesca quantidade de informação por meio da internet.
E, apesar da facilidade de ter tantos dados literalmente na palma da mão por meio dos smartphones, a maior parte dessa parcela da população vem relegando a um segundo plano os cuidados com as contas e a constituição de uma reserva financeira voltada para o período da vida em que não estiverem mais trabalhando.
Como milhões de brasileiros da Geração Z passarão a fazer parte da força de trabalho do país ao longo dos próximos anos, e sabendo que nosso sistema previdenciário vem sendo amplamente debatido, já que a previdência social dá sinais de que não terá condições de garantir sozinha o sustento da população idosa nos próximos anos, é imprescindível conscientizar esses jovens acerca da importância do uso responsável do dinheiro.
Dentre os inúmeros desafios do amadurecimento, certamente gerir de forma saudável os próprios recursos e assumir o protagonismo financeiro são questões de destaque. No geral, falta ao brasileiro mais jovem a percepção de que é preciso ser investidor desde o momento em que começamos a lidar com o próprio dinheiro, orientando as decisões financeiras de forma a encontrar um equilíbrio sustentável entre a preparação para o longo prazo e os desejos do presente. Esse equilíbrio está relacionado não apenas ao preparo para a aposentadoria, mas também à realização de sonhos de consumo e ao cumprimento de metas, já que maus hábitos financeiros podem desorganizar toda a vida de um indivíduo, e impedi-lo de alcançar desde objetivos mais simples até os mais grandiosos.
Nesse contexto, é preciso ressaltar a importância de investir na formação e na educação financeira dessa parcela da população. Iniciativas e políticas públicas podem ajudar os jovens a estarem mais preparados para lidar com as finanças desde já, minimizando o risco de desequilíbrio no orçamento e ajudando-os a atingir o bem-estar financeiro. Um bom exemplo de política com esse objetivo é a inclusão da educação financeira no currículo escolar brasileiro. Os jovens poderão adquirir desde cedo competências e habilidades básicas para lidar com seu dinheiro, além da consciência de quão importante é adotar uma postura responsável de consumo.
A seu favor nesse processo de aprendizado e tomada de consciência, a Geração Z tem a enorme familiaridade com a tecnologia, além do pensamento lógico e da fluidez ao transitar entre os ambientes físico e o online. Essa facilidade abre caminho para novas ferramentas, que não estiveram à disposição dos jovens de gerações anteriores: aplicativos que possibilitam controlar e organizar os gastos, canais no Youtube e blogs com dicas práticas. A consequência de termos uma geração de jovens e crianças sendo convidados, desde cedo, a refletir sobre o uso consciente do dinheiro será uma sociedade mais saudável e equilibrada com relação às suas finanças, em que jovens adultos chegarão ao mercado de trabalho mais bem preparados para gerir suas contas, cientes da importância de adotar atitudes financeiramente saudáveis e com as habilidades necessárias para fazer boas escolhas do ponto de vista financeiro.
*O SPC Brasil conta com novo aplicativo gratuito para smartphones, o “SPC Consumidor”. A ferramenta, disponível nas plataformas Google Play e Apple Store, oferece consulta de CPF, dicas de bem-estar financeiro e outros serviços.