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Já ouviu falar em Jackson Hole? Evento na aldeia dos EUA vai agitar o dólar e a Bolsa nesta 6ª

Discurso da abertura do simpósio tem deixado investidores ansiosos e pode determinar como a moeda dos EUA e o mercado de ações se vão comportar até o fim do ano

Bárbara Leite

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Fala de Powell, presidente do Fed (à esq.), que vem sendo pressionado por Trump (à dir. ), é muito aguardada-Foto: Divulgação

Todo o mês de agosto, investidores em todo o mundo ficam obcecados com o que está acontecendo em uma pequena aldeia montanhosa em Wyoming, nos EUA. Eles têm boas razões para isso. Nas últimas duas décadas, os banqueiros centrais usaram o simpósio anual do Fed, o banco central americano, em Jackson Hole, para traçar e sinalizar mudanças nas taxas de juros. Neste ano, o evento ganhou ainda maior importância e os mercados estão muito ansiosos com o discurso de abertura do presidente do Fed, Jerome Powell, marcado para as 11h (horário de Brasília) desta sexta-feira (23).

A fala de Powell promete agitar bastante o dólar e a Bolsa no pregão desta sexta, podendo até determinar como a moeda dos EUA e o mercado de ações se vão comportar até o fim do ano.

Pressionado pelo presidente dos EUA que o chamou de “sem noção” e de “golfista que não consegue acertar a bola”, Powell poderá “ignorar” as críticas e mesmo assim agradar a Donald Trump, confirmando a expectativa do mercado: de que no próximo mês irá cortar os juros em mais 0,25 ponto percentual.

Cortes nas taxas dos EUA tendem atrair capital ao Brasil e a reduzir a cotação do dólar. Uma indicação nesse sentido pode baratear a moeda dos EUA nesta sexta.

Powell, por outro lado, também pode “esquecer” os apelos de Trump e de alguns membros dentro do Fed–dois deles viram espaço para que os juros em julho tivessem caído mais do que os 0,25 ponto– e “ouvir” o que os dados da economia americana estão dizendo: o consumo está alto e o mercado de trabalho, vigoroso, e não há indícios de recessão, como sugerem os negócios da renda fixa americana, o que não justificaria novos cortes nas taxas por lá.

Jackson Hole, onde decorre o simpósio de banqueiros centrais, organizado pelo BC dos EUA

O líder do BC dos EUA pode ainda optar por não prometer nada. Pode dizer que qualquer nova decisão será tomada só depois do exame de novas informações, desconsiderando os impactos na economia americana das ameaças recentes de Trump de aplicar novas taxas à China em setembro, que agravará a guerra comercial com o país asiático, e da fraqueza vista nas economias europeias, sobretudo a Alemanha.

Neste caso, ele indicaria que o corte em 31 de julho foi um estímulo pontual para a economia dos EUA, fala essa que poderá pressionar o dólar nesta semana e até o fim do ano.

Essa postura diplomática pode deixar os mercados mais ansiosos até ao próximo encontro do Fed, que acontece no dia 18 de setembro.

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