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Dólar dispara a R$ 4,08 e Bolsa cai 1,18% com argentinos e ‘medo’ da fala de Powell

Moeda dos EUA sobe 1,15% com expectativa do discurso do presidente BC dos EUA nesta sexta e busca pela divisa, que está em falta no país vizinho

Bárbara Leite

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Na véspera, moeda dos EUA havia engatado a segunda queda consecutiva–Foto: Reprodução

O dólar, após vaivém pela manhã, fechou em forte alta nesta quinta-feira (22), diante de uma aversão geral aos emergentes, novas falas de membros do Federal Reserve (Fed, o BC americano), expectativa com o discurso do presidente da autoridade monetária dos EUA, Jerome Powell, previsto para esta sexta (23), e uma corrida pelos argentinos à moeda americana, que está em falta no país vizinho.

No fechamento, o dólar comercial ficou nos R$ 4,078, uma valorização de 1,15%. Na véspera, a moeda havia engatado a segunda queda consecutiva, ao recuar mais 0,50%.

Já o Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, depois do salto de 2%, na véspera, com sinalizações do governo de que a Petrobras poderia ser privatizada até 2022, terminou com queda de 1,18% nos 100.011 pontos, perto da marca dos 100 mil pontos.

“O movimento de alta do dólar é reflexo de dados mais fortes na economia americana, de novas falas de membros do Fed, expectativa com a fala de Powell em Jackson Hole e de uma corrida de argentinos em busca de dólar, que está em falta por lá”, explicou Pablo Spyer, diretor de operações da corretora Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.

O comportamento do real ficou em linha com outras divisas de países emergentes, com o mercado buscando a segurança na moeda americana, diante da possibilidade do presidente do Fed frustrar e não sinalizar novos cortes de juros, no simpósio em Jackson Hole (EUA), mesmo com o agravamento da guerra comercial entre EUA e China e a fraqueza das economias europeias depois da última reunião do órgão.

“Está todo mundo morrendo de medo (com o que o Powell poderá falar amanhã)”, resumiu Spyer. Lembrou que nem a venda de dólares à vista no valor de US$ 550 milhões pelo Banco Central (BC), completada nesta quinta, foi capaz de segurar a cotação da divisa.

Nesta quinta, mais dois presidentes regionais do Fed —Esther George, de Kansas City, e Patrick Harker, da Filadélfia— disseram não ver necessidade de novos cortes de juros para estimular a economia americana.

A divisa americana sofreu ainda uma pressão adicional, com os argentinos entrando no mercado brasileiro para comprar dólar, que está escasso por lá com a nova crise política e econômica do país.

Pesaram ainda sobre os emergentes as declarações do porta-voz do Ministério do Comércio da China, Gao Feng, de que a imposição de novas tarifas pelos EUA pode forçar o país asiático a “adotar ações de retaliação”. Não é a primeira vez que a China ameaça contra-atacar as novas taxas de 10% sobre US$ 300 bilhões em produtos chineses, que estão previstas entrar em vigor no dia 1º de setembro.

Um agravamento da guerra comercial entre EUA e China tende a desacelerar as duas potências econômicas, que por consequência, podem diminuir as compras ao exterior, impactando ainda mais nas já frágeis economias dos países emergentes.

*Com agências

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