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Sexta-feira 13 de vaivém para Ibovespa e dólar: acordo parcial EUA-China sai mas frustra

O dia é de muita volatilidade para o mercado financeiro; a moeda americana variou de R$ 4,08 a R$ 4,11, enquanto que o índice da Bolsa brasileira, que chegou a bater recorde intradiário, negociava em queda

Bárbara Leite

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Presidentes americano e chinês, Donald Trump, e Xi Jinping chegam a acordo comercial "fase 1"–Foto: Reprodução

Sexta-feira 13 e o vaivém no mercado financeiro corre solto. Entre altos e baixos, o Ibovespa, índice referência da Bolsa brasileira, bateu novo recorde intradiário na abertura, passou a cair com o tuíte de Trump, mas após a coletiva de imprensa dos chineses em que confirmam que o acordo comercial “fase 1” foi assinado o indicador recuperou as máximas do dia. Já nova mensagem do presidente americano no Twitter confirmando que o acordo foi assinado mas inclui o recuo de tarifas abaixo do esperado arrefeceu os ânimos.

O dólar seguiu a mesma volatilidade. Depois de cair faixa de R$ 4,08, onde estava mais cedo, mas havia virado para acima de R$ 4,10 depois que o presidente americano, Donald Trump, desmentiu o jornal “The Wall Street Journal”, passou a alcançar os R$ 4,11.

Pelas 13h08, o Ibovespa marcava 112.109 pontos, com baixa de 0,08%. Na abertura, o indicador foi aos 112.809 pontos, depois do primeiro tuíte de Trump caiu a 111.779 pontos, e depois das declarações dos chineses bateu 112.829 pontos, um novo recorde intradiário. O dólar era negociado em R$ 4,11, com alta de 0,46%.

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O otimismo virou pessimismo, após a mensagem no Twitter de Trump: “A história do Wall Street Journal sobre o acordo com a China está completamente errada, especialmente a declaração sobre tarifas. Notícias falsas. Eles devem encontrar um melhor informador!”

O jornal americano havia noticiado nesta quinta (12) que negociadores americanos ofereceram corte de até 50% nas tarifas em vigor sobre US$ 360 bilhões em importações provenientes da China, além do cancelamento de novas taxações de cerca de US$ 160 bilhões sobre produtos do país asiático, inicialmente planejadas para entrar em vigor no próximo domingo (15).

Segundo o jornal, em troca, a China se comprometeu em compras de U $50 bilhões anuais pela China de produtos agrícolas, mais do que o dobro das compras de Pequim em 2017, antes da guerra comercial.

China confirma que acordo ‘fase 1’ foi assinado

O otimismo voltou aos mercados, após a China dar coletiva em que anunciou que chegou a acordo com os EUA sobre o texto de um acordo comercial da fase um e agora passará a assinar um acordo abrangente o mais rápido possível.

Os EUA vão descartar tarifas sobre produtos chineses em fases, uma prioridade para Pequim, disse o vice-ministro do Comércio Wang Shouwen. No entanto, Wang não detalhou quando exatamente os EUA reverteriam as taxas.

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Segundo Han Jun, vice-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais, Pequim aumentará significativamente as compras agrícolas, embora não tenha especificado quanto. O presidente Donald Trump insistiu que Pequim compre mais produtos agrícolas americanos como parte de um acordo mais geral para pôr fim à guerra comercial entre as duas potências que dura há 20 meses.

O acordo em desenvolvimento envolve propriedade intelectual, transferências de tecnologia, produtos agrícolas, serviços financeiros e expansão do comércio, disseram autoridades chinesas.

O acordo ainda precisa passar por procedimentos legais, acrescentaram.

Nesta quinta (12), a agência Bloomberg avançu que o acordo prevê que os EUA não vão aplicar as novas tarifas sobre US$ 160 bilhões em produtos chineses, como smartphones e roupa, previstas para o próximo domingo (15).

Trump

Já a confirmação por Trump de que o acordo “fase 1” foi assinado, mas que inclui a retirada de tarifas já impostas abaixo do esperado, esfriou os ânimos do mercado.

“Concordamos em um acordo muito grande com a China. Eles concordaram com muitas mudanças estruturais e compras maciças de produtos agrícolas, energia e bens manufaturados, além de muito mais. As tarifas de 25% permanecerão como estão (…)”

Em outra mensagem, diz, o presidente diz que as novas taxas que passariam a valer no domingo não vão avançar e que as negociações para a fase 2 já começam agora: “As tarifas de penalidade fixadas para 15 de dezembro não serão cobradas pelo fato de termos firmado o acordo. Começaremos as negociações sobre o acordo da segunda fase imediatamente, em vez de esperar até depois das eleições de 2020. Este é um negócio incrível para todos. Obrigado!”.

Mais tarde, os EUA disseram que manterão tarifas de 25% sobre aproximadamente US$ 250 bilhões em importações chinesas e reduzirão tarifas para US$ 120 bilhões em produtos para 7,5%.

A reversão de impostos é “menor que o esperado”, de acordo com o economista-chefe do Goldman Sachs, Jan Hatzius.

Vitória de Boris e Brexit com acordo mais perto

Na abertura, animava o mercado os resultados das eleições gerais no Reino Unido, com vitória esmagadora de Boris Johnson, do partido Conservador, que deixa a saída do país da União Europeia (UE), o chamado Brexit, com acordo mais perto de acontecer.

Uma saída brusca do país do bloco preocupava os mercados, o que poderia trazer incertezas ao sistema financeiro britânico e contagiar o mundo inteiro.

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