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Sem surpresa, BC corta Selic para 5,5%, menor valor de sempre

Redução foi de 0,50 ponto percentual, a mesma amplitude de julho, em meio à inflação estabilizada e economia enfraquecida

Bárbara Leite

Publicado

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Copom: decisão do comitê do BC foi unânime–Foto: Divulgação

Sem surpresa, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu cortar, nesta quarta-feira (18), a taxa básica de juro da economia brasileira, a Selic, em 0,50 ponto percentual, de 6% para 5,50% ao ano.

Com o corte, que foi unânime, a taxa Selic atinge novamente o menor patamar em 30 anos, desde que o BC deu início à série histórica da taxa básica de juros, em 1986.

Em julho, o órgão já havia decidido por um corte de 0,50 ponto percentual, em meio à inflação estabilizada e economia enfraquecida. Na nota que acompanha o anúncio da decisão, o órgão diz que vê retomada gradual da economia brasileira.

“Indicadores de atividade econômica divulgados desde a reunião anterior do Copom sugerem retomada do processo de recuperação da economia brasileira. O cenário do Copom supõe que essa retomada ocorrerá em ritmo gradual”, diz.

A inflação oficial acumula até agosto alta de 3,53%, menos que o centro da meta perseguida pelo órgão, que é de 4,25% no acumulado em 12 meses. Já o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) subiu 0,4% no segundo trimestre depois de ter caído 0,1% nos três primeiros meses do ano.

Novos cortes até ao fim do ano?

O mercado espera que a autoridade continue cortando a taxa até ao fim do ano. A maioria acredita que ela termine 2019 em 5%, mas há ao menos três casas– Bank of America Merrill Lynch, Bradesco e JP Morgan– que projetam a Selic em 4,75% no fim do ano.

A nota do BC desta quarta não dá pistas concretas sobre o rumo das taxas, mas o fato da palavra “preponderante” em relação ao risco das reformas não serem aprovadas ter sido retirada do comunicado sugere que o órgão vê menos riscos à inflação, e por conta disso, poderia reduzir mais a Selic, já que a economia deve crescer menos de 1% neste ano.

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