Motoristas pelo país relataram que vários postos de combustíveis aumentaram os preços já nesta segunda-feira (16) à tarde e nesta terça (17), na esteira da disparada de 14,6% na cotação do petróleo no mercado internacional e antes da Petrobras ter repassado o aumento às refinarias. Em nota, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) lembra que os preços são livres, mas diz que está fiscalizando, e constatados os abusos, eles serão penalizados.
“A ANP está atenta aos preços dos combustíveis praticados no Brasil. Os preços são livres, por lei, em todas as etapas da cadeia: produção, distribuição e revenda. Diante de denúncias de preços abusivos, a ANP faz ações de campo para confirmar essas suspeitas. Quando constata a prática de preços abusivos, a agência atua em conjunto com os Procons para penalizar os infratores”, disse, em comunicado no fim da tarde desta terça (17).
Há relatos de reajustes pelo país. O diesel foi encontrado de 5 a 10 centavos mais caro por litro em algumas cidades do interior de São Paulo. Em um posto de Cordeirópolis, por exemplo, o diesel comum saía por R$ 3,39, contra R$ 3,29 antes.
No Distrito Federal, o preço do litro da gasolina podia ser encontrado a até R$ 4,45 ainda nesta segunda (16), segundo o “Correio Braziliense”. No Fortaleza, no Ceará, do litro da gasolina comum, que custava em média R$ 4,57, já chegava a R$ 4,69 em alguns estabelecimento nesta terça, segundo pesquisa do jornal “O Povo”.
A alta se deu apesar da Petrobras anunciar que não irá repassar o reajuste do mercado internacional neste primeiro momento, o que mostra a antecipação dos donos de postos de combustíveis.
Depois de ter subido 14,6%, o petróleo Brent, referência do mercado internacional, caiu 6,5% nesta terça, após autoridades da Arábia Saudita anunciaram que retomaram, em dois dias, 50% da produção perdida pela Saudi Aramco nos ataques com drones sofridos neste sábado, que forçaram ao interrompimento de 5,7 milhões de barris de petróleo por dia, o equivalente a 6% do consumo mundial.
Segundo os responsáveis sauditas, a produção deve ficar totalmente normalizada até ao fim do mês, antes do esperado pelo mercado, que cogitava que a volta poderia durar meses.
A Petrobras leva em conta a variação da cotação do petróleo no mercado internacional e do dólar para definir os preços da gasolina e do diesel na refinaria. Nesta terça, a estatal confirmou que vai esperar e monitorar o preço do petróleo e que, por enquanto, não há previsão de reajuste dos preços.