(atualiza com variação do Ibovespa futuro)
Após um dia de perdas mundo afora, o mercado financeiro ensaia uma recuperação nesta quarta (22), mas a informação de que o novo vírus da China, que já matou nove pessoas e adoeceu outras 440, chegou a Hong Kong está freando uma alta maior nas Bolsas europeias.
Pelas 7h47, o índice alemão DAX registrava leve alta de 0,05%, o francês CAC40 subia 0,04%, o índice espanhol recuava 0,39% e o de Londres avançava 0,20%.
O sentimento relativamente positivo na Europa acompanhou o fechamento de alta das principais Bolsas asiáticas (veja abaixo como fecharam os índices asiáticos), depois do tombo da véspera, com o mercado de olho nos esforços do governo chinês de combater a doença.
Veja como fecharam as Bolsas asiáticas:
Hang Seng (Hong Kong): +1,27%
Xangai (China): +0,28%
Nikkei (Japão): +0,70%
Kospi (Coreia do Sul): +1,23%
Fonte: Investing.com
O banco UBS divulgou um relatório afirmando que acredita que a China tenha aprendido a lição com o surto respiratório de 2003, o SARS, que se espalhou da China em 2003 para outros 12 países e matou 800 pessoas.
A China e países próximos estão tomando precauções à medida que milhões de chineses começam a viajar, por conta das férias do Ano Novo Lunar, que se inicia nesta sexta (24) e vai até dia 30, ameaçando ampliar uma nova pneumonia oriunda do centro do país.
Vírus em Hong Hong….
Hong Kong confirmou seu primeiro caso do vírus da China, que começou na cidade de Wuhan, no centro do país, disseram as emissoras locais RTHK e TVB, citando fontes não identificadas.
O surto, que começou em Wuhan, se espalhou para mais cidades chinesas, incluindo a capital Pequim, Xangai e Macau, e casos foram relatados fora das fronteiras do país, na Coreia do Sul, Tailândia e Japão.
O paciente chegou a Hong Kong por via férrea de alta velocidade do continente e ficou em quarentena no hospital Queen Elizabeth, informaram os relatórios.
… e nos EUA
Nesta terça (21), o medo de que a doença possa retrair viagens, negócios e pesar ainda mais no já lento crescimento econômico mundial foi ampliado depois que os EUA divulgaram que foi detectado um caso do vírus por lá em um viajante que veio da China.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), um viajante da China foi diagnosticado no condado de Snohomish, no estado de Washington, com o coronavírus Wuhan.
As autoridades disseram que o homem doente, na casa dos 30 anos, é “muito saudável” e que o risco de contágio é baixo.
Com a agenda fraca nesta quarta-feira, o mercado deve se concentrar nas notícias sobre o vírus. A Organização Mundial de Saúde (OMS) vai avaliar se a doença deve ser uma emergência de saúde global.
Futuros das Bolsas sobem
Apesar dos receios em torno da doença, os índices futuros das Bolsas americanas negociam em alta nesta quarta. Pelas 8h, o Dow Jones Futuro subia 0,29%, enquanto o S&P 500 futuro avançava 0,37%. Por lá saíram balanços positivos da IBM e da Netflix.
Pelas 9h20, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, futuro subia 0,46%. Na noite desta terça, o BNDES deu início à oferta para vender toda a sua participação na estatal, em uma operação que deve mexer com o mercado e pode chegar a R$ 23 bilhões.
O banco de fomento tem no total 734,2 milhões de papéis ordinários, o equivalente a 10% do total e é o segundo maior acionista da Petrobras, atrás apenas do governo federal.
Na véspera, o Ibovespa perdeu os 118 mil depois de ter alcançado um recorde histórico na véspera nos 118.861 pontos. O índice foi pressionado pelas ações de bancos brasileiros, que refletiram a queda dos lucros do banco suíço UBS, que frustraram o mercado, e o relatório do Bank of America (BofA) que rebaixou a recomendação para as ações de Itaú Unibanco e Bradesco e traçou um cenário pessimista para os resultados dos grandes bancos privados em 2020.
Petróleo desce com surto
O petróleo regista quedas nesta quarta (22) depois que o banco Goldman Sachs ter dito que uma potencial epidemia do novo vírus chinês poderá ter um impacto relevante na procura.
Pelas 8h30, o petróleo tipo Brent, que é referência internacional e levado em conta nos ajustes dos combustíveis da Petrobras no Brasil, operava em queda de 0,54% para US$ 64,24 o barril. Já o petróleo WTI, negociado nos EUA, recuava 0,54% para US$ 64,24 o barril.
O banco de investimento antecipa que, apesar dos efeitos do vírus até ao momento serem limitados, a procura por petróleo pode diminuir em 260 mil barris por dia em 2020, provocando uma queda de US$ 2,9 por barril se houver uma epidemia semelhante à de 2003, a qual vitimou 800 pessoas.
*Com agências