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O Touro de Ouro voltou: Ibovespa bate 110 mil pontos e fecha em novo recorde

Embalado pelos indícios de que o acordo comercial entre EUA e China está próximo e números mais favoráveis da economia brasileira, além de dados do exterior positivos, índice da Bolsa brasileira registra nova máxima de fechamento nesta quarta (4)

Bárbara Leite

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O Touro de Ouro, amuleto da B3: novo recorde do Ibovespa é 110.300 pontos–Foto: Pablo Syper/Mirae Asset

Embalado pelos números animadores da economia brasileira e expectativa de um acordo comercial entre EUA e China antes de 15 de dezembro, o Ibovespa, índice de referência da B3, Bolsa brasileira, bateu a marca dos 110 mil pontos pela primeira vez na história nesta quarta-feira (4), encerrando em novo recorde de fechamento. Com alta de 1,23%, o indicador terminou nos 110.300 pontos.

O recorde anterior foi alcançado em 7 de novembro nos 109.580 pontos. No ano, o Ibovespa acumula ganho de cerca de 25%.

O bom humor começou desde cedo, após a Bloomberg noticiar que os EUA e a China estão se aproximando de fechar a primeira fase do acordo comercial, apesar das tensões em Hong Kong e Xinjiang e dos comentários do presidente dos EUA, Donald Trump na véspera. Nesta quarta, Trump mudou o discurso e falou que as negociações com os chineses estão “indo muito bem”.

Além disso, os investidores estão mais otimistas com os sinais de melhora da economia brasileira, após Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) brasileiro subir 0,6% no terceiro trimestre, acima das previsões.

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O dado divulgado na terça (3) pelo IBGE já havia levado o Ibovespa a fechar em alta na contramão do exterior. Nesta quarta, reforçou o sentimento positivo a divulgação da produção industrial que subiu 0,8% em outubro, também melhor do que o previsto e o maior salto para o mês em sete anos, indicando que o setor iniciou o quarto trimestre em alta.

“O mercado está animado com a possibilidade de um acordo entre EUA e China. O anúncio do PIB feito ontem (alta de 0,6% no 3º trimestre) também animou os investidores. Boa parte do resultado do PIB foi puxado pelo agronegócio e não reflete nada as reformas que estão sendo feitas. Ou seja, isso é positivo, ao passo que as reformas ainda vão gerar algum resultado lá na frente”, disse William Teixeira, head de renda variável da Messem Investimentos. 

Teixeira espera que o Ibovespa termine 2019 nos 115 mil pontos; para 2020, a projeção é que o índice atinja 140 mil pontos. “Mas, se a projeção do PIB melhorar, pode fazer com que esse cenário concretize-se até um pouco antes do que imaginamos”, conclui. 

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Nesta quarta, também ajudou a animar os mercados os dados positivos do PMI (índice de gerentes de compras na inglês em inglês) pelo mundo. Eles retratam a saúde econômica dos países.

O da Zona do Euro, ficou estável em 50,6 pontos em novembro, mas melhor do que o previsto (50,3).  O PMI chinês, que engloba serviços e indústria subiu para 53,2 pontos, no maior patamar em 21 meses.

Apenas o americano veio pior do que o projetado: 53,9, quando a previsão era de ficar em 54,5. Ainda assim, leituras acima de 50 pontos são indicação de expansão da atividade, segundo lembra Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais.

Investidor local sustenta Bolsa

Números divulgados nesta quarta mostram que quem está sustentado os recordes do Ibovespa é o investidor local.

No último pregão de novembro, os investidores estrangeiros voltaram a sacar recursos no montante de R$ 577,1 milhões, com novembro fechando com saídas líquidas de R$ 8,75 bilhões. No ano, foram sacados recursos no montante de R$ 39,25 bilhões.

Ou seja, o investidor estrangeiro está tirando dinheiro da Bolsa brasileira.

Nesta quarta, Ilan Goldfajn, presidente do conselho do Credit Suisse no Brasil, e ex-presidente do Banco Central, disse que o investidor estrangeiro não virá tão cedo.

“É como se você estivesse em uma festa e aí dá meia noite, uma hora da manhã, e perguntam: cadê o estrangeiro? Um responde: está vindo. Você pede mais um chope. Quando dá três horas da manhã, outro pergunta: cadê? A resposta: vai vir”, exemplificou. “Não vai vir, gente, bebe seu chope, vai para casa. A festa é nossa”, disse Goldfajn, durante evento da Western Asset, segundo o Infomoney.

Recentemente, o Credit Suisse foi um dos seis bancos que recomendou aos clientes que comprem ações da Bolsa brasileira.

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