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Morte de general do Irã por Trump e ameaça de Teerã arrasam Bolsas; petróleo e ouro disparam

Ataque a aeroporto de Badgá autorizado pelo presidente americano mata principal comandante militar iraniano, considerado um mártir no país, e reacende os receios de um conflito armado entre os dois países; com maior aversão a risco, ações caem na Europa; Brent sobe mais de 4%, metal precioso avança 1,5% e dólar se fortalece

Bárbara Leite

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Após primeiro pregão do ano de otimismo, ataque traz temor ao mercado-Foto: Pixaabay

Um ataque realizado pelos EUA contra um aeroporto de Bagdá, capital do Iraque, na madrugada desta sexta (3), matou o principal comandante militar do Irã e o líder de uma milícia local pro-Teerã, e aumentou o receio de um conflito armado entre os dois países. Com isso, as Bolsas na Europa despencam, os futuros das Bolsas americanas recuam e as cotações do petróleo e do ouro disparam nesta sexta-feira (3).

O governo americano confirmou o ataque realizado por um drone e que o bombardeio foi autorizado pessoalmente pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

A morte do general Qassem Soleimani foi inicialmente anunciada pela TV iraniana e depois confirmada pelo governo iraniano. Considerado um herói do país, o militar recebeu uma oração em rede nacional em homenagem e foi chamado de mártir.

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Segundo fontes oficiais da segurança iraquiana, pelo menos oito pessoas foram mortas no ataque, três dias depois de um assalto inédito à embaixada americana.

O Departamento de Defesa também acusou Soleimani de aprovar o assalto à embaixada americana em Bagdá no início desta semana.

O ataque ao general iraniano “tinha como objetivo dissuadir futuros planos de ataque iranianos”, acrescentou.

Pelo Twitter, Trump publicou apenas uma imagem da bandeira americana, sem qualquer comentário.

A embaixada americana em Bagdá pediu aos cidadãos americanos para deixarem o Iraque imediatamente.

Irã promete ‘vingança terrível’

 Em resposta, o chefe da diplomacia do Irã advertiu que a morte do general iraniano Qassem Soleimani constitui uma “escalada extremamente perigosa”.

“O ato de terrorismo internacional dos Estados Unidos (…) é extremamente perigoso e uma escalada imprudente” das tensões, afirmou Mohammad Javad Zarif, numa mensagem publicada na rede social Twitter.

O antigo líder da Guarda Revolucionária iraniana Mohsen Rezai também já reagiu à morte do comandante da força de elite iraniana Al-Quds, numa mensagem em que deixa um aviso claro a Washington: “Soleimani juntou-se aos nossos irmãos mártires, mas a nossa vingança contra a América será terrível”.

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Também o líder supremo do Irã prometeu vingar a morte do general iraniano Qassem Soleimani e declarou três dias de luto nacional.

“O martírio é a recompensa pelo trabalho incansável durante todos estes anos. Se Deus quiser, o seu trabalho e o seu caminho não vão acabar aqui. Uma vingança implacável aguarda os criminosos que encheram as mãos com o seu sangue e o sangue de outros mártires”, afirmou Ali Khamenei, indicou a agência de notícias France-Presse (AFP).

O líder supremo declarou três dias de luto pela morte do comandante da força de elite iraniana Al-Quds, que descreveu como “símbolo internacional de resistência”, de acordo com uma declaração lida na televisão estatal.

Bolsas na Europa despencam

O mercado acionário está reagindo negativamente devido aos receios de que a morte e a ameaça de vingança possam levar a uma guerra entre Irã e EUA. Depois do primeiro pregão de 2020 de otimismo, a aversão a risco disparou.

Pelas 7h30, o índice da Alemanha, o DAX caía 1,65%, o Ibex, da Espanha, -0,91%, o CAC 40, da França, recuava 0,55%, o da Irlanda, -1,41%, na Itália, o tombo era de 1,12%, em Portugal, de 0,61% e em Londres, o FTSE recuava 0,42%.

Os futuros das Bolsas americanas recuavam mais de 1% nesta sexta.

Ouro e petróleo disparam; dólar sobe

Os investidores se refugiavam no ouro. Pelas 7h30, o metal era negociado nos US$ 1.550 a onça-troy (unidade de medida que é negociada em Bolsa e representa 31,1035 gramas), uma alta de 1,47%.

O futuro do dólar subia 0,21%. A moeda americana tende a subir por também ser considerada um ativo de refúgio em momentos de turbulência.

O mercado petrolífero também reage a um possível conflito entre os EUA e o Irã, com a cotação da matéria-prima em Nova York negociando já em máximos de sete meses.

O crude WTI, negociado nos EUA, tem valorização de 4,36% para US$ 63,85, o que representa o nível mais elevado desde maio. O Brent, que é transacionado em Londres e é referência para a Petrobras, avança 4,48% para US$ 69,25, o valor mais elevado desde setembro.

*Com agências

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