Os preços das mensalidades de faculdades particulares subiram até 9,53% no acumulado de 12 meses até agosto, quase três vezes mais a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no período, que foi de 3,28%. Os dados são do Índice Nacional de Preços de Mensalidades – Quero Bolsa (INPM-QB), que calcula a inflação do setor, divulgado pela Quero Educação.
De acordo com o índice, a maior alta neste ano, de 9,53%, foi dos cursos do ensino superior presenciais; já a inflação do ensino à distância (EaD) foi menor, de 4,89%, 1,5 vezes o INPC no período. Um ano antes, as universidades particulares haviam elevado os valores em 6,3% nos cursos presenciais e em 7,7% nos à distância.
O levantamento contempla mais de mil instituições do ensino superior, que representam cerca de 80% do mercado nacional, levando em consideração o preço de tabela dos cursos, antes de qualquer desconto, no acumulado de 12 meses terminados em agosto de 2019.
Descontos
Já o indicador que calcula o preço oferecido pelas faculdades no Quero Bolsa–o portal resgata vagas ociosas em universidades e as disponibiliza com desconto–, somou alta de 2,88% no caso dos cursos presenciais e de queda de 1,06% no EaD.
Segundo Pedro Balerine, diretor de Inteligência Educacional da Quero Educação, “no ensino presencial, apesar da relutância dos players, a queda na renda e a falta de alternativas de financiamento ainda está forçando o segmento a se estabilizar em um patamar mais baixo de preços do que estava acostumado. No EaD, além do fator renda, que também afeta esta modalidade, a explosão de oferta de polos EaD fez com que houvesse uma competição mais feroz pela demanda, o que força os players a praticar preços mais baixos para preservar a captação”.
Mensalidades por categoria de cursos
O estudo mostra ainda que os cursos presenciais ligados à área de “Saúde e Bem Estar Social”, como medicina e enfermagem, tiveram os maiores reajustes das mensalidades, de 13,05% no período, seguido por “Agricultura e Veterinária”, que subiu 12,98%, e “Humanidades e Artes”, com alta de 11,05%.
No ensino à distância, são os cursos de “Ciência, matemática e Computação”, que registraram os maiores aumentos, de 5,50%. Na sequência, surge “Saúde e Bem Estar Social”, com avanço de 5,19%, e “Ciências Sociais, Negócios e Direito”, que encareceu 4,95%.