(Publicado às 11h24; atualizado às 11h39)
O dólar iniciou os negócios em alta nesta sexta-feira (23), reagindo à informação de que a China vai retaliar os EUA e impor tarifas a mais US$ 75 bilhões em produtos dos EUA. Mas o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA), Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, às 11h, veio “acalmar’ um pouco os ânimos e o dólar começou a cair.
Ele sinalizou estar mais preocupado com o crescimento da economia americana. Entre as falas que animaram os investidores estão: “Inflação parece estar mais próxima da meta de 2%”; “Vimos mais evidências de uma desaceleração global”; e “A economia está em um lugar favorável, mas enfrenta riscos significativos”.
Powell não deu, porém, pistas concretas se o banco central vai cortar os juros ou não em sua próxima reunião, em setembro. Mas os mercados estão interpretando que ele estaria mais favorável a uma redução nas taxas. Cortes nos juros por lá tendem a atrair capital ao Brasil, pressionando menos a moeda dos EUA.
“Estamos observando cuidadosamente os desenvolvimentos, enquanto avaliamos as suas implicações para as perspectivas dos EUA e para a progressão da política monetária. “Vamos agir de forma apropriada para apoiar a expansão econômica“, resumiu.
Pelas 10h50, a moeda dos EUA era negociada a R$ 4,078, com um avanço de 0,24% ante quinta-feira, quando deu um salto de 1,15%. Às 11h16, a divisa virou e já caía 0,03% para R$ 4,076.
O Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, que recuava 0,77% para 99.244 pontos, pelas 10h50, abaixo da marca dos 100 mil pontos, passou a baixar menos: R$ 0,27% para 99.744 pontos.
Pela manhã, o Ministério do Comércio da China, anunciou que serão impostas tarifas adicionais de 5% ou 10% sobre um total de 5.078 produtos com origem nos EUA, que incluem produtos agrícolas, petróleo, aviões de pequeno porte e carros.
Tarifas sobre alguns produtos entrarão em vigor já em 1º de setembro, e sobre outros em 15 de dezembro.
O anúncio é uma retaliação às tarifas que serão aplicadas a produtos chineses pelos EUA nas mesmas datas.
Um agravamento da guerra comercial entre as duas potências tende a prejudicar ainda mais o crescimento econômico mundial, afetando o Brasil.