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Com recessão ‘descartada’, dólar cai abaixo de R$ 4 e Ibovespa volta aos 108 mil

Moeda americana caiu 0,35%., mas acabou fechando longe das mínimas do dia; já o índice do mercado de ações subiu 0,91%, chegando a bater seu recorde intradiário após dados positivos da China e dos EUA, além de avanços no acordo comercial entre as duas maiores potências mundiais

Bárbara Leite

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Na semana em que a Bolsa bateu dois recordes, Ibovespa acumula alta de "apenas" 0,77%–Foto: PIxabay

O pregão desta sexta-feira (1º) já começou positivo, com o dólar caindo depois de dados da economia chinesa mostrarem uma indústria mais forte em outubro, mas os indicadores do emprego dos EUA e o anúncio de um “consenso de princípio” para a primeira fase do acordo comercial entr americanos e chineses, diminuíram ainda mais os temores de uma recessão global, reduzindo a aversão a risco e animando o mercado.

Com isso, o Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, terminou nos 108.195 pontos, com alta de 0,91%, tendo batido seu recorde intradiário nos 108.496 pontos, acima do último recorde de fechamento, de 108.407 pontos, alcançado nesta quarta-feira (30). Na semana, o indicador, que somou dois recordes de fechamento, subiu 0,77%.

O volume negociado na Bovespa foi de R$ 20,6 bilhões, acima da média diária para o ano. 

Já a moeda americana, que chegou a cair a R$ 3,972, terminou nos R$ 3,998, mais perto dos R$ 4, com queda de 0,35%. Na semana, o recuo do dólar é um pouco menor, de 0,30%.

De acordo com José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos, se o dólar romper a barreira dos R$ 3,98 no fechamento, não apenas no dia, é possível que a divisa recue a R$ 3,90. Para a semana, a divisa tende a cair, com o esperado fluxo de capital estrangeiro para os leilões de petróleo do pré-sal–dia 6 (cessão onerosa) e dia 7 (6ª Rodada de Licitações de Partilha de Produção). O recuo projetado para a moeda pode, porém, não sofrer impacto da entrada de fluxo de fora, caso a Petrobras decida participar em peso nas licitações.

China

Na China, o Índice Gerentes de Compras industrial da Caixin/Markit de outubro chegou a 51,7 pontos – e não só superou as expectativas como ficou acima do índice de setembro, de 51,4. Foi o maior ritmo do indicador, que mede um mix de pequenas e médias empresas.

EUA

No EUA, foi o Payroll (relatório do mercado de trabalho), que agradou. Segundo o Departamento de Trabalho americano, a economia gerou 128 mil postos em outubro, quase o dobro dos 75 mil esperados. Os dados indicam que a criação de vagas desacelerou, um dos efeitos da guerra comercial com a China, mas menos do que o projetado pelos economistas.

Nos últimos três meses, o mercado esperava a criação de 394 mil vagas, mas foram gerados 527 mil postos de trabalho.

Já a taxa de desemprego em setembro subiu de 3,5% para 3,6%, em linha com as projeções dos economistas. O ganho médio salarial por hora subiu 0,2%, ante expectativa de alta de 0,3% no comparativo mensal.

EUA-China

Também houve progressos na “fase 1” do acordo comercial entre EUA e China, um dia após notícia da Bloomberg indicar que os chineses estavam duvidando de um acordo mais abrangente que pudesse pôr fim à guerra comercial entre as duas potências.

O vice-presidente chinês Liu He, o secretário do tesouro americano, Steven Mnuchin, e o representante americano de comércio, Robert Lighthizer, tiveram mais um telefonema para negociar os termos de um acordo comercial nesta sexta-feeira (1º).

Os dois países divulgaram notas oficiais descrevendo a conversa como construtiva. O ministério de comércio chinês, disse, inclusive, que as partes chegaram a um “consenso de princípio”.

Brasil

O dia também teve divulgação do resultado da indústria brasileira, que teve alta de 0,3% em setembro, frustando as expectativas que esperavam alta três vezes maior, de 0,9%.

A decepção com o resultado da produção industrial aumenta a expectativa de novos cortes na taxa básica de juros promovidos pelo Banco Central (BC), que, na avaliação de alguns analistas, condicionou as reduções em 2020 ao desempenho da economia.

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