O preço do Bitcoin (BTC) acumula queda de 30% desde fim de outubro e na última sexta-feira (22) caiu abaixo dos US$ 7 mil pela primeira vez desde maio. No Brasil, a criptomoeda está sendo negociada abaixo de R$ 30 mil.
O movimento de baixa começou no início de novembro e se intensificou durante a quinta-feira passada (21) após o BTC perder os US$ 8 mil.
O recuo na semana passada pode ser explicado pela notícia do site “The Block” de que a Binance, maior Bolsa de Bitcoin do mundo, teve seu escritório em Xangai (China) fechado por ordem do governo central chinês com a presença inclusive de força policial. Segundo a reportagem, havia no escritório entre 50 a 100 empregados.
A Binance, porém, nega que possua escritório na China, onde o comércio de moedas virtuais é proibido, e que tenha sido alvo de uma ofensiva pelas autoridades chinesas.
O CEO (presidente executivo) da Binance, Changpeng Zhao (CZ), disse, pelo Twitter, que “não houve polícia, invasão, e que nem existe o escritório”. A notícia rapidamente causou uma tempestade na comunidade de criptomoedas e se tornou um dos tópicos mais discutidos na última semana. CZ declarou que pretende processar o site.
A notícia de fechamento da corretora na China surge em meio à divulgação da campanha pelo Banco Central da China de que vai elevar a fiscalização de operações com criptomoedas, tendo alertando sobre riscos ligados a emissão ou negociação delas. A autoridade chinesa diz que vai combater crescentes casos de ilegalidades envolvendo moedas digitais.
O anúncio do BC chinês, que é outra das causas da queda da cotação do Bitcoin, foi feito um dia depois que reguladores em Shenzhen, cidade chinesa, lançaram uma campanha similar, tendo encerrado 39 corretoras ilegais de criptomoedas.
Xi Jinping sinalizou aposta em blockchain
O posicionamento chinês veio abalar as expectativas depois que o presidente chinês Xi Jinping ter no fim de outubro de que o país deve acelerar o desenvolvimento do blockchain, a tecnologia que está por trás do Bitcoin. É ela que permite a confiabilidade e segurança às criptomoedas, sem precisar de um agente centralizador que valide o processo.
Com o anúncio da aposta de Xi Jinping e especulação de que a China poderia suspender a proibição do comércio de criptomoedas, o Bitcoin chegou a disparar aos US$ 10.540 no dia 27 de outubro, uma alta de 42%, o quarto maior ganho na história da criptomoeda, e a maior desde o dia 10 de maio de 2011.
Entretanto, porém, o BC chinês alertou investidores a não confundirem criptomoedas com tecnologia blockchain. A narrativa do sim ao blockchain, mas não ao Bitcoin fez a moeda virtual despencar 30%, tendo encerrado na sexta nos US$ 7.298.
Meses de novembro: histórico de instabilidade
Traders dizem também que os meses de novembro são historicamente um dos mais voláteis para o Bitcoin.
Em novembro de 2012, quando o ativo não era muito popular, ele variou de US$ 11 para pouco acima de US$ 12, uma alta de 13%; no ano seguinte, a moeda virtual teve aumento mensal de 460%. O Bitcoin iniciou o mês de negociação em torno de US$ 204 e terminou em US$ 1.150.
Em 2014, a moeda passou de US$ 310 para mais de US$ 450 em alguns dias. No entanto, o Bitcoin fechando US$ 380, uma alta de 25%. Em 2015, o mesmo roteiro: a moeda foi de US$ 300 para US$ 470 e fechou o mês em US$ 370.
No ano seguinte, 2016, o preço do Bitcoin foi em uma montanha-russa real, mas terminou nos US$ 730, depois de ter começado o mês em US$ 710. Em novembro de 2017, o Bitcoin passou de US$ 6.400 para terminar o mês de US$ 9.300, um salto de 45%.
*Com agências