O mercado de ações brasileiro voltou a ser a “bola da vez”, depois da onda de recomendações que o Brasil recebeu entre quinta-feira (21) e sexta (22) de seis grandes bancos (dois grandes americanos e o maior suíço). Morgan Stanley, JP Morgan, UBS, Credit Suisse e os brasileiros BTG Pactual e Bradesco divulgaram relatórios que recomendam a compra de ações brasileiras.
Um sétimo banco, o Goldman Sachs, também produziu um estudo sobre a América Latina, e está mais otimista com o Brasil, embora ainda destaque riscos ao país, como a dificuldade do governo em cumprir a agenda econômica.
O otimismo dos analistas ocorre após a aprovação da reforma da Previdência, que deve gerar uma economia de R$ 800 bilhões aos cofres públicos e ajudar no equilíbrio das contas da União, além do encaminhamento das outras reformas econômicas, como a administrativa e a tributária, que devem ajudar a tornar mais fácil e mais barato investir no Brasil.
Além disso, a aposta dos economistas também reflete a expectativa de um crescimento econômico mais acelerado em 2020 (a previsão é que o país cresçam perto de 2,5%) e a redução da taxa básica de juros, a Selic, que deve chegar aos 4,50% ao ano, em meio a uma inflação que não chega aos 3%.
Com juros mais baixos, o crédito fica mais barato, o que deve impulsionar consumo e investimento por parte das empresas.
Por conta disso, a ação que lidera a alta no acumulado dos dois últimos pregões na B3, refletindo as recomendações de compra, é a Ultrapar, que vende combustíveis e depende do crescimento econômico e da melhora do emprego e da renda, que tende a acontecer com a alta do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país). Nos dois dias, as ações da dona da rede Ipiranga subiram 9,78%.
Atreladas ao consumo e renda, Azul, CVC, Localiza, Via Varejo e a B2W (dona da Americanas.com), além das ligadas à saúde, como a rede de laboratório Fleury e a operadora de convênios médicos Notredame Intermédica, figuram nas 20 ações que mais subiram após a onda de recomendações para comprar ações da Bolsa brasileira.
As três siderúrgicas nacionais –Usiminas, Gerdau e CSN–, que se beneficiam com a retomada de projetos de infraestrutura e investimentos produtivos também estão no top 20, além das grandes Petrobras e Vale.
Do setor bancário, apenas o BTG Pactual está entre os papéis que mais se valorizaram nos últimos dois pregões.
Confira as 20 ações que mais valorizaram após as recomendações de “Buy Brazil”:
Nome da empresa/ticker | Cotação (22/11/2019) | Variação no acumulado de 21 e 22/11/219 |
Ultrapar (UGPA3) | R$ 22,68 | 9,78% |
Gerdau (GBR4) | R$ 16,69 | 9,08% |
Metal. Gerdau (GOAU4) | R$ 7,76 | 8,99% |
Azul (AZUL4) | R$ 54,67 | 8,,28% |
Localiza (RENT4) | R$ 44,27 | 7,92% |
Usiminas (USIM5) | R$ 8,21 | 7,46% |
CVC (CVCB3) | R$ 41,90 | 7,44% |
MRV Engenharia (MRVB3) | R$ 18,19 | 7,19% |
Sabesp (SBSP3) | R$ 55,08 | 6,72% |
Notredame (GNDI3) | R$ 60,15 | 5,53% |
Via Varejo (VVAR3) | R$ 7,86 | 5,50% |
Fleury (FLRY3) | R$ 27,78 | 4,40% |
CSN (CSNA3) | R$ 12,10 | 4,31% |
Bradespar (BRAP4) | R$ 34,09 | 4,28% |
Cosan (CSAN3) | R$ 62,941 | 4,24% |
Petrobras (PETR4) | R$ 29,98 | 4,17% |
Embraer (EMBR3) | R$ 18,11 | 4,08% |
Vale (VALE3) | R$ 50,03% | 3,86% |
B2W (BTOW3) | R$ 55,98 | 3,74% |
BTG Pactual (BPCA11) | R$ 71,25 | 3,58% |
Fonte: Bloomberg