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Na semana do ‘Let’s buy Brazil’, Ibovespa bate Bolsas mundiais; dólar fecha estável

Mercado brasileiro de ações recebeu recomendações de compra por seis grandes bancos, levando o índice a acumular alta semanal de 2%; euforia não chegou ao dólar, que sofre com remessas de lucros ao exterior, falta de fluxo e turbulências na América Latina

Bárbara Leite

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Na semana, moeda chegou aos R$ 4,206, novo recorde, com as turbulências no Chile e na Bolívia e incertezas da guerra comercial–Foto: Pixabay

A semana para a Bolsa brasileira pode ser dividida em duas: antes e depois do feriado de Consciência Negra, na quarta-feira (20). O Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, que ia mal das “pernas”, com o contágio das turbulências no Chile e Bolívia e incertezas quanto ao acordo comercial entre EUA e China, virou e fechou em alta de 2% na semana, melhor desempenho entre as Bolsas mundiais.

O motivo: uma onda de recomendações otimistas para as ações brasileiras, divulgadas na quinta-feira (21), volta do feriado, e nesta sexta (22).

“Até ontem às 14h-15h era ‘Goodbye Brazil’, mas, às 16h, passou a ‘Let’s buy Brazil’. Houve uma guinada brutal”, disse Pablo Syper, diretor da Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara, se referindo às recomendações de compra da Bolsa brasileira por seis grandes bancos: Morgan Stanley, JP Morgan, UBS, Credit Suisse, BTG Pactual e Bradesco.

Os bancos veem potencial para as empresas brasileiras, diante da queda das taxas de juros, que reduzem o custo do capital e o endividamento, e expectativas de aumento mais robusto da economia, em meio à continuidade das reformas econômicas.

Também ajudaram à virada as notícias que indicam que a primeira fase do acordo comercial entre EUA e a China está mais perto de ser assinado. Os presidentes americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jinping reforçaram essa expectativa nesta sexta.

Em um raros comentários sobre as tensões comerciais com Washington, Xi Jinping disse que Pequim quer elaborar um pacto comercial provisório ou a “fase um” “com base em respeito mútuo e igualdade”.

Horas mais tarde, Trump afirmou à Fox News que um acordo comercial com a China está “potencialmente muito próximo”, embora tenha insistido que qualquer acordo teria de ser ponderado para favorecer os EUA depois de anos de desequilíbrio comercial com a China.

Leia também: UBS, BTG, JP Morgan e Credit recomendam apostar na Bolsa do Brasil

Outro elemento que animou os investidores do mercado de ações foram as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmando que os juros devem continuar caindo no Brasil.

Além disso, a prévia da inflação, o IPCA-15, subiu 0,14% em novembro, menos que os 0,17% esperados e na menor variação para o mês em 21 anos, abrindo espaço para novos cortes nos juros, que tendem a forçar os investidores a tirar seus investimentos em renda fixa para ativos mais arriscados.

Nesta sexta, o Ibovespa subiu 1,11% e retomou os 108 mil pontos, tendo encerrado aos 108.692 pontos. Na terça, antes do feriado, o índice estava nos 105.666 pontos.


Euforia não chega ao real

A euforia na Bolsa, porém, não foi sentida pelo real. O dólar fechou estável nesta sexta e na semana nos R$ 4,193, depois de ter alcançado o recorde da história na segunda (18) nos R$ 4,206.

“Desta vez, as boas notícias refletiram muito mais nos juros do que no dólar. Os juros fecharam nas mínimas. O dólar demora mais um pouco. Tem que lembrar que ele subiu devido aos US$ 25 bilhões iam entrar por conta dos leilões do pré-sal. Ali, o dólar mudou de patamar, passou para os R$ 4,12”, afirmou Spyer.

Além da frustração com a fraca presença de empresas estrangeiras nos leilões de petróleos do pré-sal, que reduziu o fluxo esperado de capital, nesta época, o dólar costuma sofrer pressão, já que muitas empresas multinacionais enviam seus lucros para o exterior. A moeda também segue sendo penalizada devido às turbulências políticas de sociais nos vizinhos da América Latina.

Segundo o diretor da Mirae, “o final de semana vai servir para todo o mundo digerir as recomendações. O Brasil é a bola da vez na América Latina. É o país onde todo o planeta deve investir. A semana que vem pode ser que a gente possa ver um pouco do otimismo no dólar”.

Ele destacou, no entanto, que “ninguém sabe o futuro do dólar”. “O dólar foi feito para botar economista no devido lugar, de insignificância”, avaliou.

No mês de novembro, o dólar acumula alta de 4,54%.

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