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Dona das Casas Bahia acha fraude contábil de R$ 1,4 bilhão; ação vira de alta de 8% para baixa de 3%

Via Varejo informou que a investigação, após denúncia anônima, detectou irregularidades com impacto estimado de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão no balanço do quarto trimestre da companhia; por outro lado, também encontrou créditos fiscais de R$ 600 milhões

Bárbara Leite

Publicado

em

Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.com voltaram o comando dos Kleins em

A ação da Via Varejo foi do céu ao inferno no fim dos negócios nesta quinta-feira (12). Depois de estar subindo 8,14% às 17h54, o papel encerrou, às 18h, com queda de 3,10%.

O tombo brusco foi resultado do comunicado que a dona das Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.com fez ao mercado: a fraude contábil que passou a investigar recentemente, após denúncia anônima, pode custar entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,4 bilhão no resultado do quatro trimestre.

Segundo o documento, o resultado da investigação de um comitê independente apurou que na administração anterior houve manipulação da provisão trabalhista da companhia e diferimento indevido na baixa de ativos e contabilização de passivos.

Além disso, a investigação detectou falhas de controles internos, que poderiam resultar “em erros materiais” em certas contas contábeis. Com isso, a empresa determinou a abertura de uma terceira fase de investigações.

Em nota, a companhia acredita que os referidos ajustes gerarão um efeito caixa no decorrer dos próximos três a quatro anos com impacto no patrimônio líquido da companhia entre R$ 800 milhões e R$ 940 milhões.

Créditos fiscais

Por outro lado, o comitê identificou que a empresa tem direito a créditos fiscais da ordem de R$ 600 milhões referentes a PIS/Cofins e ICMS, cujo reconhecimento está atualmente em validação com os auditores independentes.

Compromisso em melhorar resultados

A empresa disse ainda que os “ajustes descritos acima não vão impactar de maneira adversa e relevante seu fluxo de caixa, sua condição financeira e operacional ou sua capacidade de honrar compromissos”.

“A administração continuará priorizando o turnaround das operações da companhia, em linha com o que vem sendo feito desde o final do 2º trimestre de 2019, buscando entregar resultados cada vez melhores e consistentes a seus investidores”, destacou a companhia.

Em 13 de novembro, os papéis tiveram uma sessão de forte volatilidade, chegando a ter queda de 9%, mas fechando em baixa de 0,99% após a notícia da investigação. Na ocasião, a empresa havia informado a primeira fase de investigações sobre as supostas irregularidades contábeis não confirmou as alegações.

No terceiro trimestre, a Via Varejo registrou prejuízo líquido de R$ 383 milhões, uma perda quase quatro vezes maior que a de R$ 83 milhões do mesmo período de 2018.

O novo presidente da companhia, Roberto Fulcherberguer, que está no comando desde junho, por indicação de Michael Klein, filho do fundador da Casas Bahia, disse em entrevista à Folha nesta semana que a empresa fazia um desserviço em relação às vendas online. No mesmo mês, os Klein compraram as ações do GPA, que controlava a Via Varejo.

Durante a Black Friday, a empresa informou que faturou R$ 1,1 bilhão, um recorde.

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