O Tribunal Superior do Trabalho (TST) marcou para esta quinta-feira (12), às 13h30, audiência de conciliação entre os Correios e os funcionários, que deflagraram uma greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira (11), após pedido da estatal de dissídio coletivo. O argumento da empresa é que a única solução viável seria o fim da paralisação sem a necessidade do aumento de gastos do Estado.
Para o sindicato dos trabalhadores dos Correios de São Paulo (Sintect-SP) e Findect (federação dos trabalhadores dos Correios), a marcação da audiência é uma vitória da categoria. “A mediação a ser realizada amanhã no TST é uma conquista da categoria que após o primeiro dia de uma grande greve, forçou o governo e a direção da ECT (Correios) recuar e procurar mediação no TST”, disse Douglas Mello, diretor de comunicação do Sintect-SP e do Findect.
O dissídio coletivo é instaurado quando não há acordo entre trabalhadores (ou sindicatos) e empregadores. Sem acordo, os envolvidos ingressam com ação na Justiça do Trabalho. Desta forma, a Corte torna-se responsável pela solução do conflito, como uma mediadora, criando normas e condições que regularão a relação trabalhista entre as partes.
O que dizem as partes
Os trabalhadores iniciaram a paralisação contra o reajuste salarial oferecido de 0,8% (abaixo da inflação de 4,1%) e privatização da empresa, além da manutenção do acordo coletivo. Dizem que a estatal quer cortar 45 cláusulas do acordo coletivo de trabalho, o que, segundo os trabalhadores, representa um prejuízo anual para cada trabalhador em torno de R$ 5 mil.
Já os Correios alegam que estão executando um plano de saneamento financeiro. A empresa sustenta que, desde o início de julho deste ano, participa de reuniões com os representantes dos empregados, “nas quais foram apresentadas a real situação econômica da estatal e propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado, atualmente na ordem de R$ 3 bilhões. As federações, no entanto, apresentaram reivindicações que superam até mesmo o faturamento anual da empresa”.
O principal desentendimento está no plano de saúde pago a mães e pais de funcionários dos Correios. No ofício, a empresa afirmou que gasta por ano mais de R$ 500 milhões com planos de saúde desses dependentes.
Sindicatos falam em adesão de 70%; Correios, de apenas 18%
Pelo Twitter, os Correios informaram que 82% dos empregados estavam trabalhando no primeiro dia de greve. “Reforçamos que nenhum serviço foi suspenso e que nossos canais estão disponíveis”, segundo publicou a estatal.
Já os sindicatos falam em “grande mobilização” com adesão de cerca de 70% da categoria.